Após nove dias de orações, louvores e reflexões nas ruas e na matriz da Paróquia São José Operário, no Setor Rio Pequeno, aconteceu na sexta-feira, dia 1º, a festa em louvor ao padroeiro, iniciada às 9h, com a reza do Ofício de São José. Na sequência, às 17h, houve missa solene, presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Raimundo Ribeiro Martins, SJC, pároco, e pelo Padre Joaquim Crispim.
Dom Julio iniciou a homilia recordando passagens do Evangelho do dia (Mt 13, 54-58), que indicam ser Jesus “o filho do carpinteiro” e que um profeta é desprezado em sua pátria e na própria família, e que ainda que tenha se decepcionado com o povo, Cristo não deixou de fazer o bem.
O Bispo lembrou que Jesus viveu 30 anos junto à própria família e outros três em atividade pública, o que mostra que é necessário o cultivo pessoal na convivência familiar e na dedicação ao trabalho para o próprio sustento. Segundo Dom Julio, Jesus deu um sentido santo à rotina da vida, exemplo que deve ser seguido por todos.
No contexto da festa de São José Operário, modelo e protetor dos trabalhadores, Dom Julio enfatizou que o trabalho é uma atividade nobre, pois apesar de cansativa também santifica, dignifica e faz crescer o ser humano. Além disso, é um meio para humanizar a terra, sendo o homem um agente de recriação da natureza (cf. Gn 1,22). O Bispo comentou, ainda, que humanizar a própria sociedade assumindo o trabalho não um castigo, mas uma forma de participação da obra na criação.
Dom Julio lembrou que Deus não fez o mundo perfeito nem imperfeito, porém perfectível, ou seja, em condições de ser aperfeiçoado pelo ser humano mediante o trabalho. O Bispo também recordou que Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas sim por estar satisfeito com tudo que criara. Assim, o ser humano é convidado a trabalhar bem, não apenas para ter direito ao repouso, mas para descansar bem. “O preguiçoso nunca descansa, está sempre cansado e entediado”, afirmou.
O Bispo convidou a assembleia a pedir a Deus para que todos tenham trabalho, para que a vantagem do capital não se sobreponha ao trabalho e para que não haja a exploração dos trabalhadores. Antes do encerramento, Dom Julio abençoou miniaturas de galões de água que foram oferecidas ao povo como lembrança da festa, e disse que água lembra o Batismo e estimula à fidelidade a Jesus.