Bispos brasileiros incentivaram o Papa a escrever Encíclica

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Há meses, a Igreja no Brasil se prepara para recebê-lo. Dioceses de norte a sul estudam formas para distribuí-lo e divulgá-lo entre seus fiéis, homens e mulheres de boa vontade.
Publicado em: 17/06/2015 - 12:00
Créditos: Redação, com Rádio Vaticano.

Em entrevista a Rádio Vaticano, Dom Roque Paloschi, bispo de Roraima, membro da Comissão Episcopal para a Amazônia, conta como a sua comunidade acolhe a Encíclica do Papa. 

“Recebemos com muita alegria. Queria dizer que em maio de 2013, logo após a tomada de posse do Santo Padre como sucessor de Pedro, no encontro das Pastorais Sociais em Brasília, enviamos um pedido, com a Comissão 8 da CNBB, com a presidência de Dom Guilherme Werlang, para que o Papa desse uma palavra, escrevesse algo, uma Encíclica, sobre a questão do meio ambiente, do cuidado com a natureza, assim como ele se expressou no dia da posse. Isso foi aguardado com muito carinho e recebemos como uma grande benção. A Encíclica é uma grande benção para nós cristãos católicos e sobretudo para nós, aqui da Amazônia."

Responsabilidade

É benção porque ele nos dá a responsabilidade de zelar por este dom de Deus, este presente de Deus, que é a Criação. Nós estamos precisando acordar para este compromisso que historicamente tantas pessoas, homens e mulheres católicos e de outras denominações, homens e mulheres de boa vontade, sempre lutaram em defesa da Criação. 

Foi esperado na gratidão, porque é um convite do pai para seus filhos para que cuidem desta casa; esta casa é nossa. Temos uma responsabilidade primeiramente conosco mesmo, depois com as gerações futuras. Aquilo de que hoje tenho direito, meus bisnetos e tataranetos também o terão: o acesso à vida, o acesso à água, o acesso ao mundo aonde possa se viver com dignidade. 

Coragem

Esta Encíclica do Papa é esperada na gratidão, na confiança e na acolhida. É uma palavra do pai que convida os filhos e as filhas a olhar essa dimensão tão importante, para que nós possamos recuperar talvez tanto tempo que fomos deixando correr sem assumirmos uma responsabilidade em relação à Criação. O Papa nos diz isso: que nós temos essa capacidade; isto que é bonito. Mais do que condenar A, B ou C, é o convite, é o apelo para que nós possamos conjugar as forças e verdadeiramente trabalhar, não numa disputa, porque se a água está contaminada, está contaminada para todos. São sobretudo os pobres que sofrem; se o ar está contaminado, está contaminado para todos, mas os mais pobres pagam a conta maior. Então o Papa nos faz esse convite: que como filhos e filhas, nós possamos assumir esta responsabilidade e termos coragem de dar passos, e passos significativos, para que verdadeiramente nós possamos nos recriar, nos refazer, e que com isso também dar caminhos e esperança para toda a humanidade”.