Vigilância - Raul de Amorim

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26/08/2016 - 00:15

Mt.25,1-13

Jesus usa novamente o método pedagógico das parábolas. Elas são como que uma espécie de comparação de uma imagem tirada da vida cotidiana, para esclarecer outra realidade relacionada com o Reino. Jesus fala a partir daquilo que as pessoas vivem. Para ajudar a entender a parábola das dez virgens é necessário lembrar alguns costumes da Palestina com relação a festa de casamento.

“No tempo de Jesus, as festas de casamento eram geralmente realizadas à tardinha e às vezes de noite. A noiva ficava em casa aguardando a chegada do noivo. Era costume que um grupo de amigas (damas de honra) estivesse com a noiva durante o tempo de espera do noivo. Quando o noivo estivesse chegando elas saiam ao encontro dele com tochas embebidas em azeite. O noivo por sua vez, não tinha hora marcada para chegar o que aumentava a expectativa da espera”. (Bortolini) Vamos meditar.

Mt.25, 1-4: Então O Reino dos Céus será como dez virgens, que saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram sem juízo e cinco prudentes...

Trata-se das damas de honra que deviam acompanhar o noivo para a festa de casamento. Para isso, elas deviam carregar as lamparinas acesas, seja para iluminar o caminho, seja para deixar mais luminosa a festa. A descrição de cinco prudentes e cinco desleixadas descreve a forma como se prepararam para a função a ser feita.

Juntamente com as lamparinas acesas, as prudentes tinham trazido consigo uma reserva de óleo, preparando-se para qualquer eventualidade. As imprudentes levaram apenas as lamparinas e não pensaram em trazer um pouco de azeite de reserva.

Mt.25,5-7: Como o noivo estava demorando, todas elas cochilaram e dormiram. À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saiam ao encontro!

O noivo atrasa. Não tinha determinado a hora da chegada. Durante a espera, as damas de honra adormecem. Mas as lamparinas continuavam acesas e a consumir o azeite e pouco a pouco iam se apagando. De repente alguém avisa que o noivo está chegando. Todas acordam e começam a se preparar colocando o azeite de reserva nas lamparinas para evitar que elas se apagassem.

Mt.25,8-9: As sem juízo disseram às prudentes: “Deem-nos do seu azeite, porque nossas lamparinas estão se apagando...

Só agora as desleixadas percebem que deveriam ter trazido consigo azeite de reserva. As prudentes não poderiam aceitar a solicitação delas, porque naquele momento o mais importante era que estivessem prontas para acompanhar o noivo. Por isso disseram: “É melhor vocês irem até os vendedores para compra-lo”.

Mt.25,10-12: Enquanto elas foram comprar azeite, o noivo chegou. As que estavam prontas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta foi fechada.

As sem juízo seguiram o conselho das prudentes e foram comprar o azeite. Durante a ausência chega o noivo. Quando chegaram a porta estava fechada. “Senhor, Senhor, abre a porta para nós!” Receberam a resposta: “Eu lhes garanto: Não conheço vocês”.

Quem não está preparado (quem esqueceu o azeite) corre o risco de encontrar a porta fechada, de perder o tempo oportuno da salvação. O tempo é agora. A porta estará aberta ou fechada de acordo com a nossa preparação, a nossa missão. Ter azeite para a lamparina significa ter compromisso com a justiça do Reino anunciada e vivenciada por Jesus.

Mt.25,13: “Estejam vigilantes, portanto! Porque vocês não conhecem o dia nem a hora".

A recomendação final de Jesus é para todos nós.  Moral da história: Não sejamos superficiais, olhemos para além do momento presente, procuremos descobrir o chamado de Deus, mesmo nas menores coisas da vida. O momento da vinda de Jesus no fim dos tempos é desconhecido. É preciso que estejamos preparados para ele, por meio da prática dos valores do Reino, na busca da justiça de Deus.