“ Testemunho...” - Pe. Reuberson Ferreira

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28/09/2017 - 08:00

QUINTA FEIRA DA 25ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Leituras: Ag 1,1-8 Sl:1149; Evangelho: Lc 9,7-9

Com passos cadenciados seguimos perscrutando as sendas do tempo comum. Esse tempo litúrgico, em sua espiritualidade singular, convida-nos a buscar nas atividades ordinárias da vida a santificação pessoal e comunitária. Ele exorta-nos a construir o Reino de Deus, a morada do Senhor entre os homens através das ações mais comuns de nossa existência.

Nesse espírito, a liturgia desta quinta feira da vigésima quinta semana do tempo comum convida-nos a testemunhar a presença de Deus no mundo. Desafia-nos a sermos sinais da esperança, mesmo em meio ao caos. Somos convidados a despertar na humanidade a fascinante curiosidade em  descobrir quem é esse misterioso profeta chamado Jesus ao qual seguimos e pelo qual nos apaixonamos.

A primeira leitura desta liturgia é extraída do livro de Ageu. O profeta em seus vaticínios exorta o povo a reconstruir o templo do Senhor (v.8). Ele motiva seus irmãos a empreenderem essa construção (v.8), não obstante as vicissitudes que vivem (v.7). O templo, nesse contexto, é um sinal visível da presença do Senhor entre povo. Uma forma aparente de anunciar que Deus habita entre eles. Fala-nos essa leitura que é necessário estabelecer sinais claros da presença do Senhor no mundo. Eles podem sim ser templos físicos, mas sobretudo devem ser templos vivo (humanos) comprometidos com os frágeis, critério vital da força do evangelho na atualidade (EG, 195.199)

Em estreita conexão com esse texto despontam o salmo e o evangelho. O salmista, numa singela métrica, exorta a assembleia a louvar o Senhor. Convém insinuar que o perfeito louvor ao Senhor é dado pelo serviço prestado aos mais pequeninos (cf. Mt, 21, 16). O Evangelho, por seu turno, apresenta-nos a curiosa perplexidade de Herodes ao ouvir falar de Jesus(v.9). A boa notícia semeada pelo Filho de Deus fez crescer especulações a seu respeito. Associa-se a sua imagem grandes figuras profética (v.8.9), no entanto, nenhuma consegue açambarcar sua identidade. Desse modo, o Tetrarca segue insistindo em ver Jesus (v.9). Desafia-nos esse evangelho, pelo testemunho da mensagem de Cristo,  a suscitar na humanidade o desejo de conhecer o Senhor e, quiçá, viver seu projeto.

Nesse espírito, o conjunto desta liturgia fala à nossa alma e ao nosso coração. Ela desafia-nos a sermos testemunhas vivas da presença do Senhor em meio a humanidade. Incita-nos a, pelo compromisso coerente com o evangelho, suscitar nos outros o desejo de ver, conhecer e viver como Jesus. Estimulante a esse respeito é o que ensinava o Papa Bento XVI em sua Encíclica Deus é amor. Dizia o Pontífice que [...] no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas um encontro[...] com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. Oxalá, consigamos suscitar,  pela nossa conduta e fidelidade à palavra  evangélica,  o  encontro de homens e mulheres de boa vontade com essa pessoa chamada Jesus.

      Pe. Reuberson Ferreira, mSC - Mestrando em Teologia na PUC-SP. Trabalha na Paróquia S. Miguel Arcanjo, Arquidiocese de São Paulo.