Templo da Trindade - Cônego Celso Pedro

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01/05/2016 - 00:15

SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA
At 15,1-2.22-29; Sl 66; Ap 21,10-14.22-23; Jo 14,23-29

Quem diz, na verdade do seu coração, “Eu amo o Senhor e procuro guardar a sua palavra”, torna-se morada da Trindade. Qualquer rito que venha depois supõe essa atitude anterior e interior. O rito expressará uma opção livre, caso contrário será vazio. Santo Tomás diz que somos justificados quando fazemos nosso primeiro ato livre. Ele é indicativo do que queremos, da opção fundamental da nossa vida. Um coração que ama e uma inteligência que crê veem além das aparências, veem o invisível. Assim, a fé nos revela o alcance do amor que está em nós e nos faz ver mais do que os nossos olhos enxergam. A fé nos vê como Templo da Trindade.

Jesus promete um Defensor, o Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, completando a revelação da Trindade. E o Espírito nos ensinará tudo. Jesus agora pode partir. Sem perturbação e sem medo, vivemos na paz que ele nos deixou, paz perene, que se mantém mesmo no meio das agitações deste mundo, porque nosso coração está fixo na verdadeira alegria.

Continuamos, porém, no nosso mundo, convivendo com nossas contradições, buscando sempre de novo a verdade de Deus como luz que ilumina os nossos caminhos. Sem perder a tranquilidade, ouvimos as diversas opiniões, os pontos de vista, as afirmações contraditórias, permanecendo sempre na fé que recebemos. Na antiguidade, nossos irmãos de Antioquia da Síria viveram momentos de confusão, de discussões e também de seriedade na busca da verdade. Recorreram aos apóstolos e aos anciãos de Jerusalém. Mantiveram a unidade da Igreja acatando o magistério dos apóstolos que decidiram, eles e o Espírito Santo, em benefício de todos.

Cônego Celso Pedro