Senhor, salva-nos! - Diácono Mario Braggio

A A
02/08/2016 - 00:15

Mt 14, 22-36

“Depois que a multidão comera até saciar-se, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões” (Mt 14,22). É importante destacar que Jesus manda (e não pede) que entrem na barca. Fazê-lo, pois, significa abraçar o projeto e assumir a missão do Salvador; “vestir a camisa”; “estar no mesmo barco”. Os discípulos o obedecem e Jesus, depois de despedir as multidões, sobe ao monte, para orar sozinho.

A noite chega. A barca, distante da terra, é agitada pelas ondas provocadas pelo vento contrário. Por volta das três horas da manhã, Jesus vem até os discípulos andando sobre o mar. Estes, vendo-o ao longe, pensam tratar-se de um fantasma e ficam apavorados. Jesus, porém, tranquiliza-os dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mt 14,27). Hoje também é assim: não basta estar na barca, ou seja, na Comunidade; é preciso ter fé e estar convicto da missão, caso contrário, diante dos desafios e das dificuldades, assustamo-nos com a aparente ausência de Jesus no nosso meio e nos sentimos abandonados.

Pedro quer ir ao encontro de Jesus caminhando sobre a água e pede-lhe para que o chame, mas, quando sente o vento, fica com medo, começa a afundar e pede socorro. Jesus logo lhe estende a mão e o segura. Quando o Senhor sobe na barca o vento se acalma. Jesus também nos chama para ir ao seu encontro e nós nem sempre o atendemos, ou, quando o fazemos – devido à nossa falta de fé – ficamos com medo, e começamos a afundar.

A barca representa a Igreja, a Comunidade, que navega pelas “águas do mar da vida” enfrentando ventos, ondas de todos os tipos e tempestades. Convivemos com o desânimo, a falta de fé, a falta de esperança, a inveja, o ciúme, a mentira, o orgulho, o carreirismo, a divisão, a soberba, a competição... Tudo o que é humano.

Há que se reconhecer a presença do Salvador no nosso meio. “Senhor, salva-nos!”