Sejam perfeitos como o Pai do Céu - Cônego Celso Pedro da Silva

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19/02/2017 - 00:15

Mt 5,38-48

O que se espera dos seguidores de Jesus? Que sejam santos e perfeitos como o Pai é santo e perfeito. Na prática, o que devemos ser e o que devemos fazer para sermos um pouco parecidos com o Pai que está no céu? O próprio Senhor nos responde no Livro do Levítico: - Não guarde ódio do seu irmão. - Repreende o próximo para tirá-lo do erro. - Não procure vingança. - Não guarde rancor de alguém da sua terra. - Ame o seu próximo como a si mesmo.

Isto é o que Deus nos pede que façamos. E ele mesmo, como é que ele mostra que é santo? Cantando, o Salmista nos responde:

- Ele te perdoa toda culpa. - Cura as tuas doenças. - Salva a tua vida da sepultura. - Ele te cerca de carinho e compaixão. - Ele é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. - Não nos trata como exigem nossas faltas. - Não nos castiga como merecemos. - Afasta para longe nossos crimes. - O Senhor tem compaixão dos que o temem.

E Jesus, o que nos ensina no seu Evangelho? A mesma coisa de uma forma cheia de sabedoria e muito prática. – Não entre no caminho da vingança, não repita o que já foi feito. Ao contrário, introduza algo novo, diferente, ainda não visto. Alguém lhe deu um tapa? Você reage da mesma forma e dá também um tapa em quem o agrediu. O outro, que não esperava a sua reação, para mostrar que não está de acordo com o que você fez, lhe devolve outro tapa. E assim se estabelece um mecanismo de repetição, como uma gangorra que vai e vem num movimento de violência sem fim. É preciso interromper o processo não repetindo o que já foi feito, mas introduzindo de forma gratuita algo novo ainda não feito, ainda não visto. Um exemplo, apenas um exemplo: ofereça a outra face. Não é um preceito nem uma ordem. É apenas um exemplo dado por Jesus para interromper a violência em movimento. Faça com que o agressor caia com seu próprio peso. Para provocá-lo, - num exemplo masculino, - alguém lhe arranca o paletó. Entregue também a camisa, desmontando assim a violência do outro. Exemplos são exemplos, que precisam se adaptar à diversidade das circunstâncias. O ensinamento, porém, é claro: repetir o que foi feito é aprovar o que foi feito. Não se exerce a justiça com vingança e retaliação. A sabedoria introduz na história humana, de forma gratuita, algo novo. Fazer o que o malvado faz aumenta a malvadeza. É sábio quem sabe corrigir.

São Paulo nos ajuda a concluir dizendo que se alguém pensa que é sábio nas coisas deste mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade, e que o santuário de Deus é santo, e nós somos esse santuário.