Ruptura - Cônego Celso Pedro

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26/06/2016 - 00:15

DÉCIMO TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
1Rs 19,16.19-21; Sl 16; Gl 5,1.13-18; Lc 9,51-62

Pôs a mão no arado, olhe para frente. Avance no seguimento de Jesus com grandes projetos, não individualizados e interesseiros, mas projetos com a dimensão do Reino em favor da vida do mundo. Não é para melhorar de vida que seguimos Jesus. É, para com ele, melhorar a vida de todos, para que esta desabroche naquela que dá frutos na eternidade. Não é para nos tornarmos poderosos que seguimos Jesus. É para podermos amar mais numa dolorosa experiência de amor fraterno. Os seguidores de Jesus não são anjos ou seres extraterrestres. São seres humanos com a natural inclinação para o mal, presente em todos nós, que se manifesta no ímpeto de poder nos apóstolos Tiago e João e se manifesta naquele que põe a mão no arado e olha para trás. Somos alunos que seguem o Mestre e estão sempre aprendendo. A caminhada é dura por isso aprendemos a duras penas.

Jesus tomou a firme decisão de partir para Jerusalém. Decisão forte e firme porque a subida vai terminar no alto da cruz. Para este ato final, a decisão precisava ser firme. No caminho surgem problemas e os discípulos pensam que problemas se resolvem com poder. Sendo discípulos de Jesus poderão fazer descer fogo do céu e aniquilar os opositores. Jesus, porém, não pensa que os obstáculos se eliminam aniquilando as oposições. Seus seguidores deverão passar por uma conversão que se manifesta em rupturas radicais. Nada de meias medidas. Para exemplificar o caráter de tal ruptura, Jesus afirma que não haverá despedidas, nem do pai que morreu, nem do que está vivo em casa. Nossa liberdade será vivida de forma radical. Nada poderá nos prender, condicionar ou constranger, nem mesmo o travesseiro no qual repousamos a cabeça. Sem ilusões, sabemos que em nossas mãos um copo transparente pode se tornar embaçado. No entanto, nossa fraqueza tudo pode no Espírito que nos conduz.