Reflexão do Diácono Mario Braggio

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14/07/2015 - 00:15

Mt 11,20-24

Muitos homens e mulheres do tempo de Jesus não se interessaram pela sua mensagem e pela sua proposta para o Reino. Queriam um Messias que simplesmente restaurasse o antigo Israel, resgatasse o orgulho ferido e o conduzisse na conquista e no domínio das demais nações. Queriam um Messias que aprovasse suas leis, legitimasse o seu poder e não interferisse no seu modo de vida. Nada de censura, nada de arrependimento e, muito menos, de mudança de vida.

Em Corazin, Betsaida e Cafarnaum foram realizados milagres, verdadeiros sinais do amor de Deus; muitos foram os beneficiados. Mesmo assim, as pessoas não aceitaram a Palavra e não mudaram o seu comportamento para melhor. Por que isso teria acontecido? Porque nessas cidades se concentravam os intelectuais, principalmente nas sinagogas, onde se proclamava a Palavra de Deus. E justamente eles, que tinham condições de reconhecer em Jesus a chegada do Reino, resistiram. Jesus ficou muito chateado com isso e, profeticamente, previu a sua condenação. A aspereza das suas palavras nada tinha a ver com ódio, mas, sim, com a intenção de que mudassem de vida, convertendo-se.

E hoje - dois mil anos depois - é diferente? Você e eu sabemos que não! O cenário pode ser outro, mas os personagens e o enredo continuam os mesmos. Quantos de nós queremos apenas a parte do Evangelho que nos interessa, pinçamos aquilo que nos atrai e separamos o que nos é conveniente. Tudo de acordo com a nossa necessidade...

As cidades agora têm outros nomes e a corrupção outras faces, mas a situação é a mesma: muitos permanecem insensíveis diante do Evangelho e não modificam a sua má conduta. Deus continua realizando milagres de muitas maneiras e, quando nos damos conta disso, agimos como se fosse apenas mais uma de suas obrigações.

Jesus adverte severamente àqueles que rejeitam o Evangelho ou se mostram indiferentes a ele. Deus não quer a morte do pecador, mas sua conversão. Convertamo-nos!