Reflexão do Diácono Mario Braggio

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02/06/2015 - 00:15

Tb 2,9-14 | SI 111 | Mc 12,13-17

As autoridades, ou seja, os que detinham o poder, os que oprimiam e manipulavam o povo e se beneficiavam com a situação reinante, incomodados com Jesus e incapazes de enfrentá-lo diretamente, enviam terceiros para pegá-lo em falta com o objetivo de desacreditá-lo, incriminá-lo e eliminá-lo. Afinal, “o outro é o meu espelho”; diante da pureza e da verdade cristalina não há como camuflar ou esconder as minhas mentiras e falsidades. Eles não queriam passar por isso.

Como se vê, não é de hoje que certas pessoas procuram desqualificar e excluir aqueles que as incomodam com a verdade e a honestidade usando, para tanto, atalhos, subterfúgios ou mesmo outras pessoas para fazer o “serviço sujo”, enquanto elas próprias posam de boazinhas ou fazem de conta que nada têm a ver com a história.

Usando a sua inteligência para o mal, os fariseus e herodianos armam uma arapuca para apanhar Jesus. Aparentemente, não há como escapar dela, pois, dependendo da sua resposta, ele se revelará um colaboracionista ou um revoltoso frente à dominação romana. Eles acertam cem por cento quando dizem que Jesus é verdadeiro, que não faz distinção de pessoas, que não se deixa levar pelas aparências e que ensina verdadeiramente o caminho de Deus. Todavia, erram feio ao pretender adulá-lo com o objetivo de enganá-lo e induzi-lo ao descrédito ou ao erro.

Está na cara que eles não sabem de fato com quem estão lidando... Seus elogios denotam ironia e hipocrisia. A velha tática da serpente não funciona com Jesus, que não perde tempo e os desmascara no ato. Enquanto eles perguntam “pagar”, o Mestre responde “devolver” e sai muitíssimo bem da situação deixando-os admirados e deixando-nos uma lição que não se esquece: bens materiais e coisas deste mundo podem pertencer aos poderosos e aos governantes deste mundo; contudo, a nossa vida pertence a Deus e somente a ele ela pode ser dada.

E, para arrematar, Jesus nos ensina que ser bom não implica ser bobo.