Reflexão do Cônego Celso Pedro

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31/05/2015 - 00:15

9º Domingo do Tempo Comum Santíssima Trindade

Dt 4,32-34.39-40; Sl 33; Rm 8,14-17; Mt 28,16-20

Jesus, ao enviar seus discípulos ao mundo, disse a eles que fizessem com que todas as nações se tornassem discípulas e que fossem batizadas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim termina o Evangelho de Mateus mostrando que desde o início os primeiros cristãos já falavam de três pessoas em Deus. Faltava encontrar uma linguagem exata para falar das coisas de Deus. Começaram as reflexões, as discussões até chegarem a definições claras em termos humanos, sempre, porém, distantes daquilo que Deus é em si mesmo. No ano 325 os bispos do Oriente se reuniram na cidade de Nicéia, na atual Turquia, e afirmaram que o Filho é igual ao Pai. Em 451, no Concílio de Calcedônia estudaram as noções de pessoa e de natureza. Afirmaram que Jesus é uma só pessoa com duas naturezas, a natureza humana e a natureza divina, e que a Trindade é uma única substância em três Pessoas. Procuraram um modo humano para falarem das coisas de Deus e de Deus mesmo. Usaram a mediação da filosofia e com ela procuraram termos compatíveis com a inteligência humana para falarem de realidades muito acima da inteligência humana.

Hoje nos dirigimos ao Pai e dizemos que Ele, seu Filho único e o Espírito Santo são um só Deus e um só Senhor. Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus. Tudo o que afirmamos do Pai, afirmamos do Filho e do Espírito Santo. Adoramos cada uma das pessoas na mesma natureza e igual majestade. Acima de tudo dizemos: Somos vossos filhos e vos amamos. Um dia estaremos mergulhados no mistério da Trindade. Enquanto esse dia não chega, trabalhamos para que o ser humano se torne sempre mais imagem e semelhança de Deus que é uno e trino. Incentivamos a convivência, a solidariedade, a fraternidade, e respeitamos as diferenças e a individualidade.