Reflexão de Raul de Amorim

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15/05/2015 - 00:15

JO 16,20-23

Nestes dias entre as festas da Ascensão e Pentecostes, os evangelhos de cada dia são tirados dos capítulos 16 a 21 de João. Fazem parte do assim chamado: “Livro da Consolação” ou da “Revelação perante a Comunidade”. A intenção do evangelista é animar as comunidades que passam perseguição.

Na leitura de percebemos que Jesus prevê a tristeza dos discípulos diante do fato que estava para acontecer: sua condenação e sua morte. Ele está preparando seus seguidores para enfrentar uma etapa difícil que estava para acontecer. Mais adiante por ocasião de sua condenação e morte percebemos que todos debandaram. Ao saberem da morte de Jesus, sentiram que tudo estava perdido. Não tinham mais esperança no futuro, pois o grande amigo não estava mais com eles.

Como dissemos anteriormente o evangelista quer animar as comunidades do seu tempo. Não podemos esquecer que o evangelho de João surgiu no final do primeiro século. Havia muita perseguição. Com isso a tristeza e o sofrimento tomavam conta dos cristãos. Muitos ficavam impacientes “Até quando?” Podemos sentir essa realidade em (2Tess. 2,1-5)

Nossa vida é uma mistura de tristezas e alegrias. O que fala mais alto em nossos dias é: medo, violência, angústia,  desespero,  insegurança,  corrupção.  Parece que o poder do mal é mais forte. Não conseguimos encontrar saída. Não percebemos as coisas boas, a alegria. Parece que vivemos a mesma situação. Onde encontrar conforto para a vida?

 Pois uma pessoa só agüenta uma situação de sofrimento quando ela sabe que essa situação é caminho para a alegria. Então, mesmo diante da morte, ela agüenta e enfrenta a dor. Por isso o evangelho traz a comparação das dores do parto. A vida vai vencer e quando a criança nasce à mãe nem se lembra da aflição (Jo. 16,21) E a alegria se faz presente.

Os discípulos e as comunidades do tempo de João diante da dura realidade não conseguiam lembra-se da promessa de Jesus que se concretizou na sua Ressurreição. A morte morreu de susto quando Jesus ressuscitou! E isso deve ser o maior motivo da nossa esperança e da nossa alegria. Essa certeza nos dá confiança necessária para permanecer fiel e manter o testemunho que devemos dar, mesmo diante das dificuldades.