Que não se perca nenhum dos pequeninos - Diácono Mario Braggio

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06/12/2016 - 00:15

Mt 18,12-14

A parábola da ovelha perdida e resgatada pelo pastor é um dos exemplos mais significativos do quanto cada um de nós é objeto do imensurável amor Deus e da sua infinita capacidade de perdoar aqueles que se convertem.

Note-se que a parábola não fala da ovelha matriz, ou da ovelha mais forte, ou da mais jovem, ou do reprodutor do rebanho. Jesus menciona simplesmente uma ovelha, sem adjetivos. Assim sendo, conhecendo a Jesus, sabemos que poderia tratar-se, inclusive, de uma ovelha idosa, ou doente, ou manca, ou ferida, ou marginalizada...

Pastor estranho esse que abandona todo o rebanho por causa de um só indivíduo – e dos mais pequeninos! Certamente, não faltaria quem o repreendesse duramente e o julgasse louco por causa dessa sua, digamos assim, irresponsabilidade. Contudo, a vontade do Pai é “que não se perca um só destes pequeninos”...

Deus é fiel, mesmo. Jamais nos abandona; nunca nos dá as costas. Somos nós, na realidade, que nos afastamos, nos desligamos, nos desgarramos dele.

Somos ovelhas, no mínimo, tolas. Trocamos “o certo pelo duvidoso”. Rapidamente nos deixamos seduzir pelos apelos do mundo. O egoísmo e o individualismo nos arrastam para longe, à procura de novas pastagens e fontes perenes.  Fama, poder, sucesso, bem-estar material e outros desejos transformam-se, rapidamente, em perigosos penhascos de fartos precipícios, em pântanos e em sorvedouros. Renegar o pastor e afastar-se dele implica ficar à mercê dos ladrões e das feras.

[Aliás, que tipo de ovelha somos eu e você? Quanta lã nós temos? Qual é a nossa experiência de vida? Somos, por acaso, uma daquelas ovelhas estudadas, com diplomas dependurados na parede, que bale em vários idiomas?] 

Nada disso importa! O que faz a diferença é o quanto eu e você estamos comprometidos com o rebanho do qual fazemos parte e o quanto somos capazes de nos abandonar aos cuidados do Pastor – do Bom Pastor – seguindo-o e correspondendo ao seu Amor.