Prática do amor fraterno - Cônego Celso Pedro

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24/04/2016 - 00:15

QUINTO DOMINGO DA PÁSCOA
At 14,21-27; Sl 144 (145); Ap 21,1-5; Jo 13,31-35

Jesus ressuscitado se prepara para voltar ao Pai. Aproxima-se o dia da sua ascensão ao céu. Antes de partir, ele deixa suas últimas recomendações. A principal: “Vocês serão conhecidos como meus discípulos pela prática do amor”. A prática da violência é comum na história humana. É preciso deixar passar as coisas antigas e fazer algo novo. Amar o inimigo é alguma coisa nova. Não pagar o mal com o mal é também algo novo. Os discípulos de Jesus pregam aos olhos com a vida que vivem e aos ouvidos com aquilo que ensinam. É preciso ensinar o que é o amor porque ideias falsas criam atitudes falsas. É preciso praticar o amor verdadeiro para que tenha crédito aquilo que é ensinado. Os cristãos devem ter sempre em mente e na prática de cada dia estas palavras de despedida de Jesus: “Eu vos dou um novo mandamento. Amai-vos uns aos outros. Assim como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. Jesus amou-nos até o fim.

 A síntese de toda a Lei de Deus está na prática do amor fraterno. Isto não significa que o resto da Lei não tenha valor e não deva ser praticado. Ao contrário. Todos os mandamentos são iluminados pela prática do amor fraterno. Não é um bom método comparar os dias de hoje com os de antigamente, mas é verdade que antigamente não se trancavam as portas das casas, mesmos nas grandes cidades, enquanto hoje ninguém está seguro nem dentro de um carro blindado. Perdeu-se o respeito pelo outro, pela vida do outro e pela propriedade do outro. Num determinado momento, o sistema social foi devidamente responsabilizado como gerador da miséria humana obrigada a se defender como pudesse. Hoje seria ingênuo dizer que se rouba para matar a fome. Rouba-se simplesmente, roubam os altos escalões e roubam as crianças outrora inocentes. Iluminado pelo mandamento do amor, o mandamento “não roubar” será uma prática de cada cristão. O ensino desta prática em todos os ambientes poderia recuperar o valor do repeito pelo bem do outro. Os agentes dos contravalores são ativos. Sua ação se desenvolve com perspicácia. Trabalham com método e sabem que fim pretendem atingir. São mais espertos do que os filhos da luz que podem se tornar espertos com a graça de Deus.