Pai nosso! - Diácono Mario Braggio

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16/02/2016 - 00:15

Mt 6,7-15

Jesus não condena a frequência nem a assiduidade com que rezamos, mas a nossa prolixidade: “quando rezardes, não sejais faladores como os pagãos, que pensam que à força de palavras serão ouvidos” (Mt 6,7).

A oração é um encontro, um contato, uma conversa pessoal com Deus, ainda que se possa fazê-lo em grupo, em comunidade. Quando você ou eu rezamos, nós nos colocamos diante de Deus como filho e filha e, como tais, desnudos, desprotegidos, desmascarados, sem disfarces.

De nada adiantam, portanto, gestos teatrais, falar em voz alta, utilizar palavras escolhidas (e ditas da boca para fora) ou simulações. O Pai conhece (muito bem) os filhos e sabe do que necessitam antes mesmo que o peçam (cf. Mt 6,8).

Jesus nos ensina a rezar por meio da oração conhecida como “oração do Senhor”, “oração dominical” ou “Pai nosso”. Ao rezá-la fazemos uma invocação e sete pedidos, três em honra de Deus e quatro a favor do homem.

Rezando-a pedimos a glória de Deus, a vinda do seu reinado, o cumprimento da sua vontade e o necessário para que a vida seja mantida.

Pedimos que não nos falte o pão e que ele nos dê o seu perdão.  O pão (o alimento) é necessário para a vida, e o perdão dos pecados é fundamental para a saúde espiritual.

Quem pede para que as suas ofensas sejam perdoadas, deve estar disposto a também perdoar àqueles que os ofenderam, que os maltrataram, que os prejudicaram. Quando perdoamos fazemos com que a vida se torne possível entre nós...

Perdoar faz bem para o outro e para mim mesmo, pois me liberta do ódio, da mágoa, do rancor que me aprisionam e me escravizam, cerceando a minha liberdade, congelando a minha espontaneidade, impedindo-me de ser eu mesmo, por inteiro.

A Quaresma nos convida a implorarmos o perdão de Deus, sem dúvida, mas também a nos perdoarmos mutuamente, para que possamos, juntos, elevar ao Pai a nossa prece.