O valor da sabedoria - Cônego Celso Pedro

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09/10/2015 - 22:00

VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Sb 7,7-11; Sl 90; Hb 4,12-13; Mc 10,17-30

Jesus mostra as dificuldades provenientes da posse de riquezas. Podemos dizer que o dinheiro é mau e é melhor não tê-lo pelo mal que ele acarreta. O dinheiro, porém, não se move, não fala e não pensa. É um objeto cuja vida e força dependem de nós. As coisas são más para quem as considera más, diz Paulo aos romanos (14,14). Que vantagem encontra o ser humano na posse de muitos bens? O dinheiro dá poder, por isso é cobiçado. Mais do que bem estar e facilidade, o dinheiro dá a sensação de termos o primeiro lugar. O desejo de ser poderoso está em nós. Faz parte da nossa má inclinação e da vontade de ser como Deus. E daí vem o resto: dinheiro mal adquirido, dinheiro desonesto. Um homem rico, de boa vontade, observante dos mandamentos da Lei de Deus, não conseguiu dar sua riqueza aos pobres e seguir Jesus. Com muitas propriedades, a pessoa vive amarrada pelos bens que possui, preocupada com eles para não perdê-los, necessitando aumentá-los para que não diminuam. Como para Deus tudo é possível, é também possível ter bens e saber administrá-los em favor dos necessitados, ter bens sem criar necessitados, mas não é fácil. É possível também desfazer-se dos bens e viver na liberdade dos filhos de Deus. O acúmulo de bens é sempre perigoso, como preocupante é a multiplicação de desejos. Bom mesmo é ter sabedoria. A Palavra de Deus, viva e eficaz, penetra nossa alma e nosso espírito e nos enche de sabedoria. Quem percebe o seu valor, descobre que todos os bens vêm com ela, e passa a amá-la mais do que a saúde e a beleza, mais do que o ouro e a prata. Em última análise, a sabedoria é o próprio Deus. Ela orienta a ação missionária num mundo de corrupção e de prejudicados.