O último - o que serve a todos - é o primeiro - Diácono Mario Braggio

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21/02/2017 - 00:15

Mc 9,30-37

Enquanto Jesus falava a seus discípulos a respeito da sua morte e ressurreição, estes estavam mais preocupados com a posição que ocupavam no grupo. Quem seria o maior, ou seja, o mais importante entre eles? E tal interesse, é claro, estava diretamente relacionado a cargos e vantagens que eles pretendiam obter quando o Messias restaurasse a realeza em Israel...

Na verdade, os seguidores de Jesus, incluindo os que faziam parte do círculo mais próximo (os Doze), ainda não compreendiam a sua mensagem e a proposta do Reino –  que nada tem de material e nem se baseia em critérios deste mundo – mas se funda no amor, na justiça, na paz, na fraternidade, na solidariedade e no serviço, atitude essencial para a comunidade cristã.

O Reino de Deus não se faz presente entre nós por meio da riqueza e do poder, mas por meio do serviço, sobretudo aquele que se dedica aos mais humildes, aos mais carentes, aos mais fracos, aos excluídos. A criança que Jesus chama de onde está e coloca no meio dos Doze, significa exatamente a inclusão do pequeno, do último, do esquecido, do até então marginalizado.

Eles ficaram calados e não responderam à pergunta que Jesus lhes faz porque ficaram envergonhados. E se envergonharam porque se deram conta de que o seu procedimento era oposto ao do Senhor, que se fazia servo de todos.

A nossa sociedade se alimenta do acúmulo de bens, da riqueza, do poder e da ambição. Quanto mais perto do poder, melhor! O ideal é ser amigo do “homem”, do “cara”; fazer parte do seu grupo – custe o que custar – e tirar todas as vantagens possíveis disso.

A lógica do Reino de Deus é bem outra: há que se resgatar todos os que se encontram marginalizados, oprimidos, distantes e abandonados. No Reino não existe o “cada um para si”; ao contrário, “cada um (o melhor) de si” – “cada um sai de si” – oferecendo-se, entregando-se ao próximo.