O Bom Pastor - Cônego Celso Pedro

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17/04/2016 - 00:15

QUARTO DOMINGO DA PÁSCOA
At 13,14.43-52; Sl 99 (100); Ap 7,9.14-17; Jo 10,27-30

Jesus Ressuscitado é o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas e conduz o rebanho às fontes de águas que dão vida. E é com o Bom Pastor que as ovelhas aprendem a pastorear e a se tornarem elas mesmas pastoras no meio do mundo. As primeiras comunidades dos Atos dos Apóstolos eram cheias de alegria e do Espírito Santo, mesmo no meio das dificuldades. A vida está cheia de lutas e sofrimentos, por isso não precisamos de uma religião que aumente as nossas penas e nos faça contemplar almas caindo no inferno. Precisamos, isto sim, de um bom Pastor que nos conheça, que nos dê água boa, que enxugue as nossas lágrimas, que nos encha de alegria e do Espírito Santo. Não buscamos alienação, mas também não queremos ser cultivadores da dor e do sofrimento. Já temos o que basta. Cristo experimentou em seu próprio corpo a miséria do pecado que maltrata o ser humano, mas ressuscitou. Saiu das garras da morte e dos pregos da cruz. Deus não se alegra com as lágrimas de seus filhos. Ele as enxuga. Ele não fica “satisfeito” quando vê seu Filho todo arrebentado, pendurado na cruz. Ao contrário. Ele vê o que faz o pecado do mundo e diz no seu coração “Nunca mais”. Aqui na terra nunca mais só sofrimento. Lá no céu, nunca mais nenhum sofrimento. O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A Igreja, pastora do universo, mais fermento do que massa, transmite e ensina a transmitir paz e alegria no Espírito Santo como resultado da justiça. E assim cada cristão em particular é um bom pastor que oferece água boa e enxuga lágrimas, que não multiplica problemas e sofrimentos, mas transmite ânimo e alegria. Não aumenta a doença do doente, mas o alegra e anima o tempo todo aliviando-o em suas dores. O que menos precisamos é de um Deus que nos atormente, e menos ainda de um Deus que nos atormente em seus pastores. O bom pastor é o modelo. Precisamos de cristãos bons e agradáveis, gentis e atenciosos, educados e prestativos. Precisamos de bispos, padres e diáconos que ao morrerem deles se diga: “Como eram bons!”