Mistério da fé - Cônego Celso Pedro

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21/08/2015 - 18:30

Jesus multiplica os pães, fala do Pão da Vida que é dado pelo Pai, e depois fala do Pão vivo que é a sua própria carne. Fala então abertamente do que entendemos por Eucaristia. Seu corpo é alimento e seu sangue é bebida. Os ouvintes qualificam de intolerável e duro esse discurso. A fé dos ouvintes passa agora por uma provação. Neste momento a fé na pessoa de Jesus exige uma decisão pessoal. É preciso dizer sim ao que Jesus está dizendo. Em todo o Evangelho de João chega-se à fé passando pelo escândalo da negação. Assim foi com Natanael, com a Samaritana, com a Madalena. Agora é com todos. Jesus faz uma oferta fantástica. Oferece sua permanência, de algum modo sensível, no meio dos seus. Ele morre na cruz, ele ressuscita, ele parte para a casa do Pai e ao mesmo tempo permanece morto e ressuscitado nas aparências do Pão e no Vinho, que são sua carne e seu sangue. Difícil de entender, mistério da fé, mas fantástico no seu significado. Ele encontrou um modo de permanecer entre nós de forma sensível. Ele inventou o Sacramento da Eucaristia. Alguns dirão que se trata apenas de um sinal indicativo de sua presença entre nós porque Deus está presente em toda parte. Outros dirão que ele se torna presente no pão e no vinho que continuam sendo pão e vinho. Outros ainda dirão que já não há pão nem vinho, mas uma nova realidade, uma nova substância. Esta é a nossa fé: ficam as aparências, ou espécies, do pão e do vinho, mas a realidade é a pessoa de Jesus. Como essa presença não é física, nem pode ser, falamos em presença sacramental. De fato, o dom é tão grande que é difícil nele acreditar.