Meus olhos viram a tua salvação! - Diácono Mario Braggio

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02/02/2016 - 00:15

Depois de 40 dias do seu nascimento, os pais de Jesus – fiéis às tradições religiosas do seu povo – levam-no a Jerusalém para apresentá-lo e oferecê-lo ao Senhor.  Ao chegarem ao templo são acolhidos por Simeão que, tomando a criança nos braços, bendiz e agradece a Deus pela graça de poder ter visto o Salvador, proclamando o que Jesus representa para todos os povos: luz para iluminar o caminho em direção à liberdade e à vida que Deus desejou desde sempre para toda a humanidade.

Dirigindo-se à Maria, Simeão afirma que o seu filho também será sinal de contradição, angariando a aceitação de muitos e a rejeição de outros tantos. Impossível manter-se neutro diante dele, pois a sua presença desvela o que cada um traz escondido na intimidade mais profunda do seu coração.

Encontra-se ali também Ana, uma viúva pobre, de idade avançada, que não se afasta do templo, servindo noite e dia com orações e jejum. Reconhecendo no bebê o próprio Messias, ela o anuncia a todos que, desde há muito tempo, aguardam a libertação de Jerusalém.

Como se vê, o testemunho profético de Simeão e Ana atesta que o primogênito levado ao templo, mais do que o filho de Maria e José, é o Filho de Deus. Desta vez, ao invés de serem os pais que apresentam o seu filho a Deus, é Deus que apresenta seu Filho à humanidade por meio dos anciãos que ali se encontram.

A consagração de Jesus, porém, não modifica a sua condição humana. Pela encarnação ele se tornou “semelhante aos irmãos” (Hb 2,17); sem deixar de ser Deus, tornou-se verdadeiro homem entre os homens, fazendo parte da sua história.

Simeão e Ana, disponíveis ao Espírito Santo, foram capazes de reconhecer num bebezinho o Messias Salvador e anunciá-lo. E nós, estamos dispostos a ir ao seu encontro na casa de Deus, recebê-lo na Eucaristia, saudá-lo como nosso Salvador, acolhê-lo de vez no nosso coração e anunciá-lo a todos que ainda não o conhecem?