Mãe de Deus, da Igreja e nossa - Diácono Mario Braggio

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14/09/2015 - 10:30

O pai e a mãe de Jesus estavam admirados e certamente felizes com que diziam a respeito do seu filho. Havia motivos de sobra; o momento era de alegria. Contudo, de repente, Simeão, sem pedir licença e sem cerimônia, dirigindo-se a Maria faz-lhe uma afirmação que, por si mesma, já era uma punhalada: “Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma”. Não é possível que a jovem mãe-adolescente não tenha ficado impressionada e assustada com tal declaração. Sabe-se lá o que não deve ter passado em sua mente e no seu coração desde aquele momento. “O que será que ele quer dizer com isso?” “Quando e como irá acontecer?” É provável que essas e outras dúvidas a tenham afligido por muito tempo, porém, não há o menor indício de que a tenham feito esmorecer ou tropeçar na sua missão de mãe; muito menos a tenham impedido de tornar-se a primeira discípula do Mestre, fiel seguidora dele até a cruz.

É justamente ao pé da cruz e junto a João que ela se encontra quando todos os outros já se afastaram. De acordo com o evangelho, é ali mesmo que Jesus no-la entrega quando se dirige ao discípulo amado. Entrega o discípulo à mulher como seu filho e esta ao discípulo como sua mãe. Pode-se pensar que Jesus também queria assegurar à mãe (viúva?) proteção e cuidados confiando-a a um amigo querido, mas, acredita-se que ele desejava mesmo era “entregar o discípulo ideal à Igreja mãe”.

Há quem se incomode com o fato de Jesus chamar a própria mãe de “mulher” (Jo 2,1-11; 19,25-27). Ora, não nos preocupemos com isso; ele não a está ofendendo, mas, mostrando o seu valor como mulher e figura do povo de Deus.

Maria é a corajosa e fiel seguidora de Jesus. Nem mesmo as palavras de Simeão, quando ainda era uma quase menina, impediram-na de sê-lo. Ela foi adotada por todos os cristãos e os adotou como filhos; é modelo de fé e esperança para tantas e tantas mães cujas almas são transpassadas pela dor de perder seus filhos vitimados pela exclusão social e econômica, pela injustiça, pela violência, pelas drogas, pela indiferença...