Liberdade e vida para o povo - Diácono Mario Braggio

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08/03/2016 - 00:15

Jo 5,1-16

Havia uma piscina em Jerusalém chamada Betesda junto à qual cegos, coxos e paralíticos permaneciam deitados, porém atentos, aguardando o momento apropriado para nela entrarem e serem curados. Quando Jesus soube que ali se encontrava um homem aguardando a cura há 38 anos, perguntou-lhe se queria ser curado. O homem buscava a cura, sim, contudo, explicou-lhe, não tinha ninguém que o levasse até a piscina; ainda que se arrastasse até ela, sempre alguém entrava na sua frente.

Jesus – aquele que verdadeiramente salva e santifica – disse-lhe para levantar-se, pegar a cama e sair andando, o que o homem fez no mesmo instante, gerando questionamento e censura da parte dos judeus por estar fazendo algo proibido. A partir de então “começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado” (Jo 5,16).

Um doente que aguardava a vida inteira pela cura é o símbolo do povo que vivia na Palestina no tempo de Jesus: oprimido pelos romanos e pelas classes dominantes; refém dos ensinamentos da Lei; uma geração comprometida, que nasceu, cresceu e caminhou para a morte sem jamais ter experimentado de fato a vida... Uma sociedade individualista, egoísta e exclusiva “não tenho ninguém que me leve à piscina” (5,7). 

Jesus não quer que ninguém viva oprimido, excluído, abandonado. Ele toma a iniciativa; oferece a cura e a realiza; revela o projeto do Pai: liberdade e vida para o povo. Os judeus – os homens da Lei – não enxergam nada disso e nem se alegram com a cura. Para eles, o mais importante e grave é que Jesus desrespeitou a Lei do sábado. Ora, a graça de Deus não pode ser contida, aprisionada, regulada... A chegada de Jesus na nossa vida dá-nos a possibilidade de sermos pessoalmente curados, perdoados, redimidos. Com o seu auxílio podemos resistir ao pecado e caminhar para Deus.

E hoje, quais são as leis que nos paralisam, nos oprimem e nos alienam? O que podemos fazer para mudar a situação? Muitas vezes somos como o paralítico, sim; mas, não devemos ser como os que se omitem e ‘não levam os que necessitam à piscina’.