José, seu marido, era justo - Cônego Celso Pedro da Silva

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18/12/2016 - 00:15

Mt 1,18-24

Naqueles dias, a situação de Acaz. Rei de Judá, era muito difícil. Os reis de Aram e de Israel queriam que Acaz se unisse a eles contra a Assíria. Ele não quis e aqueles reis tentaram se apoderar de Jerusalém. Acaz pediu ajuda ao rei da Babilônia. O profeta Isaias procurou orientar o rei Acaz, que não lhe deu ouvidos. Mais uma vez, Isaías disse a Acaz que pedisse a Deus um sinal de sua proteção. O rei respondeu que não pediria nada, que não iria tentar a Deus. Não querer tentar a Deus é uma coisa boa  Acaz, porém, não confiava em Deus. Foi então que Isaias lhe disse que Deus ia dar um sinal assim mesmo. E o sinal foi este: uma Virgem ia conceber e dar à luz um filho que deveria se chamar Emanuel. Emanuel significa Deus conosco. Isto aconteceu, segundo o Evangelho de São Mateus que lemos hoje, quando o anjo do Senhor anunciou a Maria que ela ia ser a mãe do Filho de Deus.

São Lucas nos conta que o anjo Gabriel foi a Nazaré, conversou com Maria, que aceitou a vontade de Deus e, naquele momento, concebeu do Espírito Santo. No relato de Mateus, o anjo conversa com São José num sonho. José ficou preocupado quando soube que Maria estava grávida. Ele não sabia explicar o que tinha acontecido. Se ele denunciasse Maria, ela seria apedrejada, acusada de adultério. José, que era justo e não via razão para pensar mal de Maria, mas também não sabia explicar o que tinha acontecido, decidiu ir embora discretamente. Foi então que durante o sono o anjo lhe explicou que Maria estava grávida por obra do Espírito Santo, que ele podia se casar com ela tranquilamente, e que José devia dar ao Menino o nome de Jesus, que significa salvador. José acordou e fez como o anjo lhe tinha mandado. Assim se realizou a profecia que Isaias fez ao rei Acaz.

Durante o Advento fomos acompanhados pelo profeta Isaias e por São João Batista, e hoje nos encontramos com Maria e José. Nela e dela está sendo gerado silenciosamente o Filho de Deus, que ela colocará no coração do mundo na noite de Natal. Ele é o descendente de Davi segundo a carne, mas Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor.

São Mateus, no Evangelho da Infância, destaca São José. Diz que ele era justo e não quis denunciar Maria. Ele nunca teve nenhum motivo para pensar mal de Maria. Porque pensaria agora? Porque não estava entendendo o que tinha acontecido? Muitas vezes, nas mesmas circunstâncias, nós nos precipitamos, apontamos o dedo, acusamos e condenamos, quando na realidade não estamos entendendo o ocorrido. São José era justo, e nós, nem tanto!