Guarda os mandamentos e eles te guardarão - Cônego Celso Pedro da Silva

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12/02/2017 - 00:15

Mt. 5,20-22a.27-28.33-34a.37

Quando falamos de sabedoria, não falamos “da sabedoria deste mundo nem da sabedoria dos poderosos deste mundo. Falamos da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida, que, desde a eternidade, Deus destinou para nossa glória. Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória”. Assim lemos hoje na Primeira Carta aos Coríntios, e no Eclesiástico ouvimos que “a sabedoria do Senhor é imensa”. Se quisermos ser sábios como sábio é o nosso Deus, cuidemos de pôr em prática os seus mandamentos. Foi o que disse Moisés ao povo antes de entrar na Terra Prometida: “Eu vos ensinei estatutos e normas. Cuidai de pô-los em prática, pois isto vos tornará sábios e inteligentes aos olhos dos povos” (Dt 4,5-6). Jesus não veio abolir a Lei e os Profetas. Ele veio dar-lhes pleno cumprimento. Será o menor no Reino dos Céus quem desobedecer e ensinar a desobedecer a um só dos mandamentos. Ao contrário, será grande quem os praticar e ensinar. O que não pode acontecer é ensinar e não praticar! “Guarda, pois, os mandamentos e eles te guardarão”.

Desde cedo aprendemos em fórmula catequética os Dez Mandamentos da Lei de Deus: Amar a Deus sobre todas as coisas; Não tomar seu santo Nome em vão; Guardar domingos e festas de guarda; Honrar pai e mãe; Não matar; Não pecar contra a castidade; Não furtar; Não levantar falso testemunho; Não desejar a mulher do próximo; Não cobiçar as coisas alheias. Estes mandamentos exprimem os deveres fundamentais do ser humano para com Deus e para com o próximo. Como luz que ilumina, eles mostram o caminho a ser seguido. São como um professor. Mostram o caminho, mas não fazem que você o siga. Dizem o que deve ser feito, mas não concedem a força para que se faça. “A Lei se tornou nosso pedagogo até Cristo, escreve Paulo aos Gálatas, para que fôssemos justificados pela fé. Chegada a fé, não estamos mais sob o pedagogo”.

Jesus leva os mandamentos até às suas últimas consequências, mas é ele quem dá a graça da salvação. Ninguém deve pensar que se salva por observar a Lei. A Lei não salva nem dá a graça. “A Lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. Ao falar em “graça e verdade”, São João tem em mente a bondade e a fidelidade de Deus que perdoa. A Lei, enquanto norma externa, não é princípio de salvação. Princípio de salvação é Jesus Cristo, que nos salva de graça e não por força dos nossos méritos. Ele é ao mesmo tempo a Lei e o Amor que perdoa as faltas contra a Lei.