Foge das coisas perversas e procura o amor e a justiça - Cônego Celso Pedro da Silva

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25/09/2016 - 00:15

Lc 16,19-31
26º DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Ai daqueles que vivem despreocupados em Sião, que não se preocupam com a ruína de José. Sua farra terminará e irão para o exílio na primeira fila”. Quando o povo saiu do Egito, os ossos de José foram levados em procissão até a Terra Santa e foram sepultados em Siquém, na Samaria. Quando o profeta Amós diz que há gente que não se preocupa com a ruína de José, ele se refere à situação social do Reino do Norte, também conhecido como “José” ou “Efraim”. Enquanto o povo vive em situação de ruína, alguns estão tranquilos, muito seguros nas montanhas da Samaria. São eles os nobres da nação, a quem a casa de Israel recorre. Se alguém os procura, encontra-os em leitos de marfim, deitados em almofadas, comendo muita carne e ouvindo boa música. Não sentem a crise já que continuam a usar perfumes finos. Uma invasão se anuncia e o profeta a vê. Os assírios virão e mandarão a população para o desterro e, puxando a fila, os que eram chamados de excelência.

O profeta interpreta a invasão como punição do Senhor enquanto o salmista canta a fidelidade de Deus para com os pobres. Deus sim se preocupa com a ruína de José, faz justiça aos oprimidos, alimenta os famintos e liberta os cativos. Abre os olhos aos cegos, ergue o caído, protege o estrangeiro, ampara a viúva e o órfão. O Senhor ama aquele que é justo.

Portanto, você que é consagrado a Deus, homem e mulher, fuja das coisas perversas e procure o amor e a justiça. Não tenha medo de combater o bom combate. Enquanto o Senhor não vem, guarde o mandato de discípulo missionário íntegro e sem mancha. Perceba a ruína de José. Não coma seu banquete sem dar-se conta de que Lázaro está à sua porta. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta de um rico. Assim Jesus contou mais uma história, que ele chama de parábola, para ensinar aos fariseus o caminho da salvação. Não basta conhecer o que Moisés escreveu e tudo o mais que está nas Escrituras Sagradas. É preciso praticar o que sabemos. No tempo de Amós os grandes do povo não se preocuparam com a ruína de José. Na história de Jesus, o rico não se preocupou com a situação de Lázaro. Não se preocupou nem se ocupou. Tivesse percebido a existência de Lázaro, tivesse se sentado com ele na soleira da porta e ambos estariam abrigados no seio de Abraão na eternidade. Distraiu-se o rico e perdeu o céu. Distraiu-se com seus bens e perdeu o que podia lhe dar a verdadeira alegria. Chama-se Lázaro o porteiro do céu. Convém identificá-lo enquanto estamos na terra.