Fique ligado, esperto, disponível; sempre pronto para agir! - Diácono Mario Braggio

A A
19/10/2015 - 14:45

Jesus anima e encoraja seus discípulos a se manterem vigilantes enquanto esperam pela sua volta. Trata-se não só de uma atitude pessoal, mas de uma postura que diz respeito a todo o grupo, a toda a Igreja.

A túnica, quando solta, podia arrastar no chão, enroscar em alguma coisa, dificultar a locomoção. Quem necessitava deslocar-se com rapidez e agilidade, trabalhar ou lutar, tinha de “cingir os rins”, ou seja, prender a veste na cintura por meio de um cordão. Assim, estar cingido queria dizer estar pronto, a postos, disponível para atuar.

Em toda casa havia uma chama viva, pois obter fogo atritando pedras era difícil e demorado. Manter as lâmpadas (tigelas com azeite e pavio) sempre acesas não era algo simples ou fácil; exigia rotina e dedicação. O Senhor virá no escuro da noite, por isso a iluminação é tão necessária...

“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”, significa, portanto, fiquem ligados, espertos, disponíveis, sempre prontos para agir.

A comunidade não vive no ativismo e nem de automatismos; deve, isto sim, cumprir fielmente a missão de servir. O discípulo missionário não se põe sentado à beira do caminho esperando o Reino acontecer. Ao contrário, participa ativamente da sua construção dando o melhor de si anunciando e servindo, fraternal e solidariamente.

A espera no Senhor que virá não é passiva, indolente, mas alegre, confiante, alicerçada na fé e concretizada na caridade. A parusia não tem dia e hora para acontecer, portanto, não há como tentar manipular os fatos ou agir de acordo com as nossas conveniências. O “fator surpresa” exige que nos mantenhamos em estado de prontidão o tempo todo.

Perseverar, sem saber até quando, não é nada fácil. Manter a chama acesa dentro do nosso coração, menos ainda. Contudo, essa incerteza não pode nos impedir de buscar a justiça, fazer o bem, acolher e incluir – compromissados com a vida e o amor.