Fanatismo - Raul de Amorim

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29/10/2015 - 13:30

Lc 14,1-6

Mais uma vez Jesus é convidado para comer na casa de um importante fariseu. Mesmo sabendo que estava sendo observado nos mínimos detalhes Ele não recusa o convite nem desperdiça a ocasião, pois significa oportunidade para novos ensinamentos. Da mesma forma que em Lc. 13,10-17 a ação de Jesus se dá diante dos líderes, para questionar suas posturas e convicções.

Lc. 14,2 “Eis que estava diante de Jesus um homem doente de hidropisia”. Não sabemos como essa pessoa pôde entrar na casa. Mas se ele estava na frente de Jesus é porque queria ser curado. A situação vai provocar a ação de Jesus. Era dia de sábado, e em dia de sábado era proibido curar. O que fazer? Pode ou não pode?

Lc. 14,3: Jesus tomou a palavra e disse aos especialistas em leis e fariseus: “É permitido curar no sábado ou não?” Com essa pergunta Jesus clareia o problema que estava no ar: A lei permite curar em dia de sábado? Sim ou não? No evangelho de Marcos a pergunta é mais provocativa: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal”. (Mc. 3,4)  

Lc. 14,4-6: Os fariseus não responderam e ficaram em silêncio de quem não aprova e nem desaprova. Não respondem ao argumento porque não tem resposta. Jesus tomou o doente pela mão, o curou, e o despediu. Em seguida, para responder a uma possível crítica, explica o motivo que o levou a curar: “Quem de vocês, se o seu filho ou o seu boi cai num poço, não o tira imediatamente, ainda que seja sábado?" A pergunta de Jesus faz memória do salmo, onde diz que o próprio Deus socorre homens e animais. (Sl. 36,8)

Com esse questionamento Jesus mostra a incoerência dos doutores da lei e dos fariseus. Se qualquer um deles, em dia de sábado, não vê problema nenhum em socorrer a um filho ou até mesmo um animal, Jesus também tem o direito de ajudar e curar o doente. Mais uma vez, ao curar um doente, Jesus quebra os esquemas religiosos e dá pleno sentido ao sábado.

Para pensar: Mesmo sendo observado por quem não o aprova, Jesus não perde a liberdade. Eu sou assim?