Eu vi o Senhor! - Diácono Mario Braggio

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29/03/2016 - 00:15

Jo 20,11-18

Maria Madalena vai até o túmulo onde tinha sido posto o corpo de Jesus. Ao invés dele, encontra ali dois anjos que lhe perguntam o porquê do seu choro. “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”, responde ela.

A seguir, voltando-se para trás vê Jesus, mas não o reconhece; pensa tratar-se do jardineiro... Ele lhe pergunta por que chora e a quem procura e, quando pronuncia o seu nome (Maria) ela o reconhece (- Rabuni!) e vai à sua direção como que para abraçá-lo e retê-lo junto a si. Jesus pede a ela para não segurá-lo, pois ainda não subiu “para junto do Pai”. Maria sai dali com uma missão: “vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Ao encontrá-los, anuncia: “Eu vi o Senhor!”.

Maria viu Jesus ser preso, maltratado, crucificado, morto e sepultado, mas fala dele como se ainda estivesse vivo. Anseia tanto por reencontrá-lo que nem se atemoriza com a presença dos anjos naquele local. Deseja muitíssimo vê-lo, todavia não o reconhece na nova realidade em que ele se encontra, ainda que em formas humanas. Ela está presa ao passado, chorosa, e seu coração, assim como o sepulcro, também está vazio. Ao pronunciar o seu nome, Jesus o faz de maneira única, densa, absolutamente pessoal, amorosa; aí ela reconhece o Ressuscitado, o Mestre – como a ovelha, o pastor.

“Não me segures”. Ninguém pode reter ou apossar-se de Jesus. Ele não é propriedade desta ou daquela religião, deste ou daquele grupo ou movimento. Junto do Pai, “pertence” a todos aqueles que nele creem. Ele está conosco, sim, numa nova forma de presença, em cada um de nós (cf. Jo 15,4), sem as limitações impostas pelo espaço e pelo tempo.

Maria Madalena sou eu e você sempre que encontramos dificuldade para reconhecer o Cristo ressuscitado no irmão (cf. Jo 20,17; Mt 25,35ss) pobre, doente, oprimido, encarcerado, morador de rua, refugiado... Sejamos como ela, entretanto, anunciando-o por meio de palavras e atos para que outros o conheçam e acreditem nele. Esta é a nossa missão.