Esperar e confiar - Raul de Amorim

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29/07/2016 - 00:15

Jo. 11,19-27

Jesus está em Betânia que quer dizer “casa dos pobres” onde Jesus gostava de hospedar-se. O ambiente desta vez é de tristeza por causa da morte de Lázaro. Todos nós vivemos essa experiência. Há momentos na vida em que tudo parece estar desabando. Parece que a vida está se desfazendo. Nestas horas precisamos de alguém que nos encoraje. O encontro de Jesus com Marta, irmã de Lázaro, nos ajuda a encontrar sinais de vida e esperança para essa realidade.

Jo. 11,19-21: Quando Marta ouviu dizer que Jesus estava chegando foi ao encontro dele... A leitura começa dizendo que muitos judeus estão na casa de Marta e Maria para consolá-las pela perda do irmão. Os representantes da Antiga Aliança não trazem resposta para esse momento. Só consolam. Quando Marta soube que Jesus estava chegando foi ao seu encontro expressando os sentimentos que estavam atormentando a sua vida: “Senhor se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Jesus tinha ensinado a respeito da vida em plenitude. Quando estamos com Ele a vida é mais forte do que a morte. Acreditamos nisso?

Jo. 11,22-24: “Eu sei que meu irmão vai ressuscitar na ressurreição do último dia... No encontro com Jesus, Marta diz que crê na ressurreição, mas a entende como algo que diz respeito apenas a um momento após a morte. Ela está dentro da cultura e da religião do seu tempo. Os fariseus e a maioria do povo já acreditavam na ressurreição. (cf.At.23,6-10) Era fé na ressurreição no final dos tempos e não na ressurreição presente na história. Não renovava a vida. Só consolava! Faltava dar um salto. A vida nova da ressurreição só vai aparecer com Jesus.

Jo. 11,25-27: A revelação de Jesus provoca a profissão de fé... Jesus desafia Marta a dar um salto mais adiante na sua crença. Não basta acreditar na ressurreição que vai acontecer no final dos tempos, mas é necessário crer que a ressurreição já está presente hoje. O projeto de Jesus consiste em proporcionar vida plena no aqui e agora. A comunidade das pessoas que acreditam que em Jesus é oferecido o dom da vida assumirá o compromisso de enfrentar todas as situações de morte.

Nesse diálogo Marta conseguiu tirar de Jesus a mais confortadora declaração: “Eu sou a ressurreição. Quem acredita em mim, ainda que morra, viverá”. Podemos não compreender todo o alcance destas palavras, mas se é Jesus quem fala, então acreditamos! Marta, mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, confessa sua fé: “Sim, Senhor. Eu acredito que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.”