Corrupção que mata - Raul de Amorim

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05/02/2016 - 00:15

Mc. 6,14-29

O texto de hoje traz informações sobre o tempo em que Jesus vivia e sobre o jeito como era exercido o poder pelos governantes da época. A Galileia, terra de Jesus, foi governada por Herodes Antipas, filho do rei Herodes, o Grande, desde o ano 4 antes de Cristo até o ano 39 depois de Cristo. Ao todo 43 anos! Durante todo o tempo que Jesus viveu, não houve mudança de governo na Galileia!

1-Mc. 6,14-16: Quem é Jesus? Todos se perguntavam quem seria aquele homem no qual os poderes de Deus agiam e ninguém conseguia identificar. Uns achavam que era Elias ou algum profeta e Herodes confundia Jesus com João Batista, a quem mandara matar. Quem é Jesus? É a pergunta que o evangelista faz às comunidades primitivas quando transparece com mais força o não entender, tanto dos discípulos como das autoridades e do povo.

2-Mc. 6,17-20: A causa do assassinato de João. Herodes até que gostava de escutar João Batista, mas não gostava quando este lhe apontava os erros. A denúncia de João Batista: “Não lhe é permitido ter a mulher do seu irmão” (Mc.6,18) foi a gota que fez transbordar o copo, e João foi preso. Muitos de nós agimos assim. Só gostamos de escutar o que nos agrada. Os ensinamentos da Bíblia tocam o nosso coração até o momento que se parece com os nossos interesses. Quando a Palavra de Deus nos atinge e provoca mudança de mentalidade e atitudes muitas vezes a deixamos de lado.

3- Mc. 6,21-29: A Trama do assassinato. Herodes prepara uma festa para comemorar o seu aniversário e convida as pessoas influentes daquele tempo. É nesse ambiente que se trama a morte de João Batista. Um evento que deveria comemorar a vida acaba com morte. João Batista que pregava o início de transformação radical é morto por aqueles que se sentem incomodados com essa transformação. O profeta foi eliminado sob o pretexto de um problema de vingança pessoal. Isso revela a fraqueza moral de Herodes. Tanto poder acumulado na mão de um homem sem controle de si! No entusiasmo da festa e do vinho, Herodes fez um juramento leviano a uma jovem dançarina.

Herodes, o poderoso que pensava ser o dono da vida e da morte do povo, era um grande supersticioso. Um bajulador corrupto diante da dançarina. Superstição, covardia e corrupção marcavam o exercício do poder de Herodes. João Batista foi vítima da corrupção e da prepotência do governo de Herodes. Poderíamos comparar com os poderes de hoje.

Enquanto muitos fazem banquetes que geram morte, Jesus nos oferece o banquete da vida: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”.