Conversão de Pedro - Cônego Celso Pedro

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20/03/2016 - 00:15

DOMINGO DE RAMOS
Is 50,4-7; Sl 22(21); Fl 2,6-11; Lc 22,14–23,56

No início da Quaresma, no Domingo da Tentação, o demônio se afastou de Jesus até o tempo oportuno, escreve São Lucas. O demônio vai voltar e se apresentar como já se apresentou nos dias de Jó. É o tentador, o provocador, o que nos põe à prova esperando que sejamos perdedores. Ele vai voltar para provocar Jesus e voltará nos dias da sua Paixão e Morte. Seu desejo não é atingir apenas Jesus e vê-lo fraquejar. Visa também Pedro e os discípulos. Satanás pede insistentemente para peneirá-los como trigo. Pede a quem? A Deus, como pediu quando sugeriu a Deus que testasse a fidelidade de Jó. Satanás queria peneirar a todos, mas Pedro contou com uma proteção particular de Jesus, que rezou por ele para que a sua fé permanecesse firme. E é nesse momento tão solene do anúncio da negação de Pedro que Jesus lhe diz: “Quando você se converter, confirme os seus irmãos”. Vou contigo à prisão e a morte, falou alto a presunção de Pedro, que seria denunciado pelo canto do galo. Pedro estava dizendo que não conhecia Jesus quando o galo cantou, e Jesus, voltando-se, fixou o olhar nele. Pedro saiu para fora e chorou amargamente. Chorou as lágrimas da sua conversão e chorou com dor. Agora pode confirmar os seus irmãos. Se houve um lugar em que Pedro tenha recebido o primado, este lugar foi aqui, regado com lágrimas. Agora Pedro pode compreender os seus irmãos. Em sua bondade, Jesus confiou na conversão de Pedro. No Calvário, onde o crucificaram, teve forças para salvar o mundo numa única frase: Pai, perdoai-lhes, não sabem o que fazem. Proclama nossa ignorante inocência para obtermos o perdão. No Pórtico de Salomão, Pedro dirá que seu povo agiu por ignorância. Ore por nós o Cristo na cruz, animem-nos as lágrimas de Pedro, não nos falte o perdão.