“Ave, cheia de graça” - Cônego Celso Pedro

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20/12/2015 - 00:15

QUARTO DOMINGO DO ADVENTO
Mq 5,1-4a; Sl 80; Hb 10,5-10; Lc 1,39-45

O profeta Miquéias vê na parturiente que dá à luz um sinal na história do povo eleito. Depois que uma mãe der à luz, o povo se reunirá, não estará mais abandonado, viverá em paz, porque aquele que foi dado à luz é a própria paz. Isso tudo acontece em Belém de onde sairá de Maria aquele que tem suas origens em tempos remotos. Do corpo de Maria, o Pai deu ao Verbo eterno um corpo humano, substituindo todas as vítimas e sacrifícios oferecidos até então. Aos seres humanos é dado alguém, também humano, um novo Adão, que veio para fazer a vontade do Pai. Dele, Maria é Mãe. Mãe de Cristo, Mãe de Deus, Mãe do Verbo encarnado, sempre Mãe. Nós, no dia de hoje, vivemos a alegria da casa de Isabel e Zacarias, pulamos com o Batista, cantamos com Maria, contemplamos tudo em silêncio com José. É um momento em que não precisamos fazer propósitos nem tirar conclusões práticas. Não precisamos fazer nada. Basta entrar no ócio da contemplação e participar da alegria da presença de Jesus em Maria. Podemos rezar o terço nos mistérios gozosos e repetir com o Anjo: “Ave, cheia de graça”. E com Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Bem antes do Concílio de Éfeso e de São Cirilo de Alexandria, Maria é proclamada por Isabel, nas Escrituras Sagradas, Mãe do Senhor. Por que saltou João Batista no ventre de sua mãe? Saltou de alegria por se encontrar diante de Jesus que estava em gestação no seio de Maria. Não há como não venerar Maria por Deus tê-la escolhido para Mãe de seu Filho, o Verbo encarnado.