Apóstolos em 2016 - Diácono Mario Braggio

A A
06/09/2016 - 08:00

Lc 6.12-19

“Naqueles dias Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos” (Lc 6,12-13).

Depois de subir à “montanha” (lugar de encontro com Deus) e orar (conversar com ele), Jesus escolhe doze homens simples do povo, sem nenhuma distinção ou qualificação especial. Um grupo heterogêneo: dois com nomes gregos; um ex-cobrador de impostos; um simpatizante dos extremistas, que desejavam a libertação de Roma por meio da luta; um com desvio de caráter, que veio a se tornar traidor... Nenhum especialista, nenhum conhecedor da lei, nenhum diplomado, nenhum com sobrenome importante ou rico proprietário. Todos gente como a gente.

Escolheu somente doze porque é assim que Deus age: realiza muito por meio de poucos, como fermento na massa. Chamou-os de apóstolos – enviados – caracterizando-os, desde então, como discípulos missionários. Quis que os Doze o seguissem e vivessem com ele, testemunhando o que dizia e o que fazia, para que pudessem dar continuidade à sua missão anunciando a Boa-nova, proclamando a chegada do Reinado de Deus.

As características dos Doze permanecem conosco e nos discípulos de hoje nas nossas comunidades, ainda que entre nós possa haver empresários, doutores, gente diplomada, com títulos e posses: somos instáveis, queremos ser os primeiros e os maiores, somos capazes de negar a Jesus e de traí-lo...

Ainda hoje muitos de nós resistimos ao chamado do Mestre para sermos apóstolos. Preferimos permanecer na categoria “discípulo ouvinte”, seguindo-o à distância, quando possível, e sem compromisso. Preferimos nos manter na zona de conforto de uma pastoral de mera conservação ao invés de nos lançar a uma pastoral decididamente missionária. Que a consciência disso tudo não nos abata, mas nos leve a ficar atentos e vigilantes, prontos para “cingir os rins” e dizer “sim” ao projeto de Deus sempre que somos chamados.