Amor que transborda - Cônego Celso Pedro

A A
29/11/2015 - 00:15

PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
Jr 33,14-16; Sl 25; 1Ts 3,12-4,2; Lc 21,25-28.34-36

Na solenidade da Imaculada Conceição tem início o Jubileu extraordinário da Misericórdia. Extraordinário é o jubileu, não, porém, a misericórdia de Deus revelada por Jesus de Nazaré. Queremos estar de pé quando o Senhor chegar para vermos sua face misericordiosa. Para isso nossos corações não podem estar insensíveis, isto é, pesados como se fossem de pedra que não sente nada, insensíveis. A gula, a embriaguez e as preocupações da vida podem endurecer o nosso coração que deixará de ser misericordioso. Misericordioso é o coração que se compadece. Podemos fazer um exame de consciência no início deste Advento sobre a bebida, a comida e a preocupação com as coisas que temos ou não temos. Quanta tristeza por causa da bebida sem medida! Quanta injustiça na comida farta e na comida que falta! Quanto sofrimento na multiplicação de desejos de coisas que abafam as pessoas!

Neste ano santo da misericórdia esperamos ver o rosto misericordioso do Pai em seu Filho que vem, e gostaríamos que o mundo visse também em nós, discípulos de Jesus, o rosto misericordioso do Pai. Na Liturgia de hoje, Paulo pede a Deus que aumente e transborde o amor dos tessalonicenses entre si e para com todos. Nisso consistirá uma santidade sem defeitos aos olhos de Deus. O amor, porém, não é estático. É dinâmico, aumenta e transborda dentro e fora da comunidade. Escreve o Papa Francisco na Bula de Proclamação do Jubileu que “a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata, mas uma realidade concreta, pela qual ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor visceral. Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão”. É o que o Papa espera de todos nós, na prática, como Paulo desejou que vivessem os de Tessalônica para agradar a Deus.