Amor prático e operoso - Cônego Celso Pedro

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12/06/2016 - 00:15

DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
2Sm 12,7-10.13; Sl 32; Gl 2,16.19-21; Lc 7,36-8,3

Observemos a atitude de Jesus. Ele se relaciona tranquilamente com a mulher, que não tinha sido convidada e que entrou na casa do fariseu Simão, onde Jesus se encontrava para uma refeição. Jesus se relaciona com ela sem medo, sem nervosismo, ele a acolhe de modo afável, trata-a com respeito, sem receio do que pudessem pensar e dizer os que o observavam. O mesmo não acontece com Simão, o dono da casa. Ele sabe quem é a mulher, mas não diz nada. Não revela que a conhece. Apenas pensa, e pensa mal de Jesus. “Se ele fosse profeta saberia que essa mulher é pecadora”. E faria o quê? Na mente de Simão a afastaria dele, mandaria embora, a censuraria. Jesus, no entanto, é profeta de verdade, segundo o coração de Deus e procede como deve proceder. Tira a mulher do anonimato, enquanto Simão a mantém oculta. Tira-a do canto obscuro e a coloca no centro do convívio humano. De forma sadia e equilibrada, de forma perfeitamente humana, Jesus se relaciona com a mulher. Ele não vê o pecado. Vê a força do amor que a impulsiona. “As muitas águas não podem apagar o amor”. É o amor prático e operoso que supera a multidão dos pecados.

Davi era rei e abusou do poder que tinha. Ele se encantou com Bersabéia, mulher do general Urias. O resultado desse encanto foi uma gravidez não desejada e o assassinato do general, marido de Bersabéia. O pecado de Davi foi antes de tudo um abuso de poder vitimando o marido, a mulher e a criança que nasceu e logo morreu. Bersabéia foi bem tratada pelo rei Davi, que se arrependeu e compôs o Salmo 50 implorando a piedade de Deus. A imperfeição é o nosso estado normal. A Lei de Deus nos orienta, mas não conseguimos observar exatamente os mandamentos, por isso nossa boa vontade precisa da misericórdia e da compreensão de Deus.