Amor paciente - Cônego Celso Pedro

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31/01/2016 - 00:15

QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Jr 1,4-5.17-19; Sl 71 (70); 1Cor 12,31–13,13; Lc 4,21-30

Quem não quer viver numa sociedade sem pobres, sem prisioneiros, sem aflitos? Quando, em sua pregação, Jesus deu a entender que isto não aconteceria se não houvesse renúncia de privilégios, os ouvintes não gostaram. Expulsaram Jesus da cidade e queriam jogá-lo num precipício. Jesus tinha dado o exemplo de Elias e a viúva de Sarepta, e de Eliseu e Naamã, o sírio, mostrando a atenção de Deus para com os que sofrem e precisam de ajuda. O povo não gostou porque os exemplos eram de estrangeiros beneficiados pelo Deus de Israel. Aqueles israelitas pensavam que Deus devia cuidar só deles, povo escolhido, mas Jesus ensinava que Deus é Deus de todos, que ninguém pode se apropriar de Deus, e que os escolhidos de Deus devem estar abertos aos outros e não fazer da escolha um privilégio quando, na realidade, ela é um serviço.

Rejeitaram Jesus e tentaram matá-lo, rejeitaram o profeta e tentaram matá-lo. E, no entanto, nossa luta deve ser feita com amor. Esta é a nossa convicção e nela acreditamos. Não é com violência, não é com retaliações que empreendemos a batalha contra as forças do mal. É com o amor paciente e benfazejo, honesto e desinteressado, que não se encoleriza e não leva em conta o mal sofrido, alegra-se com a verdade, desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. Com estas armas seremos vencedores.

A humanização do mundo se faz no respeito de uns para com outros e para com todos. Se exijo respeito devo saber respeitar. O profeta Jeremias trabalhou duro para que a sociedade de seu tempo respeitasse a Lei de Deus e vivesse na justiça e na fraternidade. Para isso o profeta teve que se transformar em “uma cidade fortificada, uma coluna de ferro, um muro de bronze para enfrentar os reis de Judá e seus chefes, os sacerdotes e o povo do país”. Justiça, liberdade, igualdade, respeito não se conquistam sem esforço.