Afinal, que Reino é esse? - Diácono Mario Braggio

A A
25/10/2016 - 00:15

Lc 13,18-21

Jesus pregou a boa nova, isto é, o advento do Reino de Deus. Porém, que Reino é esse? O Mestre não apresenta uma definição; seu ensinamento não é acadêmico; seu objetivo não é que os discípulos saibam “na ponta da língua” do que se trata. Afinal, o Reino não é discurso; é ação. Mais do que falar sobre ele, é preciso entrar nele, livremente, abraçando-o com fé e obediência.

Todavia, para que os discípulos possam compreender algo desse mistério, Jesus diz que o Reino de Deus é semelhante à pequenina semente de mostarda que se transforma numa grande árvore, em cujos ramos as aves fazem seus ninhos. Compara-o também com o fermento misturado à farinha, que faz a massa crescer. No caso, o Reino não é exatamente a semente, mas aquilo que lhe acontece: ela germina, desenvolve-se, cresce de maneira extraordinária e se transforma numa árvore frondosa, acolhedora, onde todas as aves encontram abrigo e proteção. O Reino não é precisamente o fermento, mas o resultado da sua ação na farinha: a massa cresce e fica pronta para ser utilizada.

O Reino começa pequeno e modesto, mas cresce e se expande silenciosamente, ainda que não o percebamos. Por outro lado, mesmo nos terrenos áridos e nos tempos difíceis a graça de Deus faz aparecer novas energias e inusitados recrescimentos. A graça, como o fermento na massa, possibilita também a conversão pessoal, a transformação interior de cada um, assim como da sociedade.

O Reinado de Deus não é um reino limitado pelo tempo e pelo espaço; não tem fronteiras de quaisquer espécies; é presente, futuro e atual; é realidade concreta. Ele está no meio de nós sempre que a vontade de Deus é feita na terra como no céu.

Anunciado a todos, especialmente - e principalmente - aos pobres, aos humildes, aos oprimidos, aos que sofrem, ele pertence aos que dizem “sim” à vida e “não” ao egoísmo, ao preconceito, à discriminação, à injustiça, à sede de poder, ao desejo da glória pessoal e do dinheiro.