A paz esteja nesta casa! - Diácono Mario Braggio

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26/01/2016 - 00:15

Lc 10,1-9

Lucas narra a missão de 70 discípulos (em alguns manuscritos 72) na Judéia, enviados por Jesus à sua frente, de dois em dois, a todas as cidades e lugares onde pensava ir, com a missão de anunciar a boa nova: o reinado de Deus chegou para vocês.

Jesus deixa claro como deve agir o discípulo missionário: abrir mão do conforto e da segurança pessoal; ir ao encontro de cada um; enfrentar as adversidades; levar a paz messiânica com mansidão; curar os enfermos; confiar na generosidade que a mensagem haverá de provocar.

A missão que havia sido atribuída aos Doze agora se amplia. Setenta é um número simbólico; quer dizer que cabe a todos os seguidores de Jesus dar continuidade à sua obra. Ela é desafiadora, perigosa e urgente; por isso não se pode perder tempo com aquilo que possa desvirtuá-la ou atrasá-la.

Os campos de colheita são cada vez maiores. A humanidade pode aceitar ou rejeitar a salvação. Os trabalhadores são poucos perto da imensidão da seara, é verdade, mas podem fazer muito se forem ágeis, organizados e derem o melhor de si.

A mensagem de Cristo é enviada a todos. Nós, que cremos nele, somos chamados a ser seus mensageiros. Os trabalhadores da grande messe, portanto, somos nós. [Paulo VI nos ensina por meio da encíclica Evangelii Nuntiandi que todos os evangelizados são evangelizadores.]

O núcleo da mensagem é a paz no seu sentido (bíblico) mais rico e amplo: é a síntese de tudo de bom que se pode esperar de Deus. Ninguém pode desejá-la ou dá-la, se não a tem, se não a vive. Ir ao encontro do irmão na sua casa, no trabalho, na escola ou na Comunidade, para comunicá-la, não é como entregar um folder, um envelope ou uma coisa; é entregar-se a si mesmo.

Ninguém dá o que não tem. “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt12,34). Para poder anunciar e desejar a paz de Cristo é preciso estar em harmonia com ele.