Jo 17,1-11a

Aproximando-se a hora da sua morte, Jesus dirige-se ao Pai como que lhe prestando contas da sua missão: “Pai, chegou a hora: dá glória ao teu Filho, para que o teu Filho te dê glória; pois lhe deste autoridade sobre todos os homens, para que ele dê vida eterna aos que lhe confiaste” (Jo 17,1-2).

Com estas palavras, Jesus dá início a assim chamada oração sacerdotal, por meio da qual ele roga ao Pai pelos fiéis presentes e futuros. Dizendo-a em voz alta, dá a conhecer aos que o ouvem a sua intimidade com o Pai. Trata-se de uma revelação inequívoca: ele é o Filho do Pai; ele é o Filho de Deus e irmão de todo homem.

A glorificação do Filho à qual ele se refere se dá pelo cumprimento do seu projeto de amor, pleno de bondade e de fidelidade: a glorificação do Filho é igualmente glorificação do Pai e, por meio dela, a vida eterna é concedida a todos os homens e mulheres.

O desejo de Jesus é que conheçamos a Deus; conhecendo-o, conheceremos a sua glória e, ao conhecê-la, teremos a vida eterna. A vida eterna é a verdadeira vida; a vida em abundância de que nos fala Jesus. Deus a possui e somente ele no-la pode dar. Viver a vida eterna é conhecer a Trindade e estar em comunhão com ela.

Durante a sua oração Jesus refere-se aos seus discípulos e pede muito por eles. O Senhor sabe que terão um caminho difícil a percorrer e muitas barreiras para enfrentar. Não será fácil combater e vencer o mundo. Todavia, ele confia nos seus discípulos e acredita que eles guardarão a sua Palavra.

Ora, guardar a Palavra nada tem a ver com manter a Bíblia na estante ou protegida dentro de um armário lá de casa... Ao contrário: guardá-la é buscar conhecê-la cada vez mais e melhor; é pô-la em prática; é vivê-la.

Jesus se foi, mas nos deixou uma tarefa explícita: dar continuidade ao que ele iniciou. Ao realizá-la, nós também contribuiremos para a glorificação do Pai. Entretanto, não há como fazê-lo se não estivermos intimamente unidos ao Filho de Deus, nosso Senhor.