A messe é grande - Diácono Mario Braggio

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05/07/2016 - 00:15

Mt 9,32-38

A presença redentora e a intervenção misericordiosa de Jesus fazem com que o mudo comece a falar. Graças ao Senhor, ele pode expressar o que pensa, vê, ouve e sente, capacidades humanas que até então lhe estavam tolhidas. Muito provavelmente ele não falava porque também não ouvia; a Palavra, porém, curou-o, resgatou-o, deu-lhe uma nova vida, inseriu-o na comunidade.

A multidão, constituída de gente simples, humilde e de coração aberto, ficou maravilhada com o milagre e, certamente, feliz com a cura. Paradoxalmente, os fariseus, soberbos e orgulhosos, inseguros e temerosos, depreciavam, desqualificavam e rejeitavam a ação redentora de Jesus. Queriam ser eles os guias do povo, contudo, as ovelhas não os reconheciam como seus pastores...

“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9,37). Há muito por fazer; o anúncio do Reino dá trabalho e supõe disponibilidade, compromisso e perseverança. Jesus não poupou esforços; deu o melhor de si; ofereceu a sua vida.

A sua preocupação com as multidões de ontem e de hoje levou-o e leva-o a desejar que Deus continue a chamar e a enviar muitos outros para cuidar delas. Ora, esses “outros” somos nós mesmos, os batizados, os operários da messe.

Temos muito a fazer nos grupos, equipes e pastorais nas nossas comunidades, sem dúvida nenhuma. Mas a nossa missão não tem limites, não tem fronteiras, e o nosso trabalho não se limita a horários. Não batemos cartão e nem assinamos o ponto. Há que se estar disponíveis e atuantes vinte e quatro horas por dia, na família, na escola, na vizinhança, na sociedade.

Como bons operários, devemos dar testemunho de comunhão, fraternidade e solidariedade. Devemos nos deixar conduzir pela compreensão e pela compaixão diante do sofrimento do próximo. Menos julgamento, menos crítica, menos exigências e mais acolhida, mais afeto, mais compreensão.