Era meio dia de 24 de julho de 1985, quando, a tiros, foi morto o missionário comboniano Pe. Ezequiel Ramin.

O italiano Pe. Ezequiel chegou em Rondônia em 1984 para exercer seu ministério na cidade de Cacoal, diocese de Ji-Paraná. Desempenhou profético trabalho na defesa dos agricultores e povos indígenas que viviam em conflito de terras.

Durante viagem de paz à Fazenda Catuva, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, onde se encontravam trabalhadores rurais sob ameaças, Pe. Ezequiel foi morto por jagunços.

A Paróquia São Sebastião, Setor Sapopemba, confiada aos missionários combonianos, celebrou o 30º aniversário de morte do Pe. Ezequiel Ramin.

Confrade e conterrâneo de Pe. Ezequiel, Pe. Mario Andrighetto, presidiu, unido à comunidade paroquial e à comunidade religiosa dos missionários combonianos, na comunidade São Daniel Comboni na fazenda da Juta, a missa dos trinta anos da morte do sacerdote comboniano.

“Uma pessoa que queria levantar a dignidade perdida das pessoas menos favorecidas”, assim define a Ir. Anna Maria Valiatti, missionária Comboniana, que trabalhou na diocese de Ji-Paraná e hoje trabalha na Paróquia São Sebastião.

A celebração da morte de Pe. Ezequiel foi também uma oportunidade de rezar pela beatificação do missionário que lutou a favor da dignidade humana, pelo direito à terra e à vida plena de tantos trabalhadores rurais e indígenas. Assim como em outros lugares do Brasil, os fieis assinaram uma moção em apoio à beatificação de Ezequiel, que já dá nome a comunidades, instituições e projetos Brasil afora. Um exemplo é o ‘Centro de Direitos Humanos Pe. Ezequiel Ramin’, criado em 1986 por Dom Luciano Mendes, então bispo auxiliar para a Região Belém, e atua na defesa e promoção da vida, principalmente de jovens.