Papa: levar para as comunidades cristãs uma nova cultura vocacional

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Papa Francisco recebeu, na quinta-feira (05/01), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de oitocentos participantes do encontro nacional promovido pela Pastoral Vocacional da Conferência
Publicado em: 05/01/2017 - 10:15
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira (05/01), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de oitocentos participantes do encontro nacional promovido pela Pastoral Vocacional da Conferência Episcopal Italiana (CEI).  O Pontífice se congratula com os presentes pela realização desse encontro anual “onde se partilha a alegria da fraternidade e a beleza de várias vocações”, destaca o Papa no discurso entregue aos participantes.

Paixão e gratuidade

No texto, Francisco recorda a Assembleia sinodal de 2018 sobre o tema ‘Jovens, fé e discernimento vocacional’. “O sim total e generoso de uma vida que se doa é semelhante a uma fonte de água, escondida por muito tempo nas profundezas da terra, que espera para jorrar e escorrer num fluxo de pureza e frescor. Os jovens hoje precisam de uma fonte de água fresca para saciar a sede e prosseguir o seu caminho de descoberta. Os jovens têm o desejo de uma grande vida. O encontro com Cristo, o deixar-se atrair e guiar pelo seu amor amplia o horizonte da existência e doa uma esperança sólida que não decepciona". 

Segundo o Papa, o serviço de anúncio e acompanhamento vocacional “requer paixão e gratuidade”. “A paixão do envolvimento pessoal, do saber cuidar das vidas que lhes são entregues como um baú que possui um tesouro precioso a ser preservado. A gratuidade de um serviço e ministério na Igreja que exige respeito por aqueles que são seus companheiros de caminhada. É o compromisso de buscar sua felicidade, e isso vai além de suas preferências e expectativas.” 

Confiança e esperança

Francisco cita as palavras do Papa Bento XVI: “Sejam semeadores de confiança e esperança. É profundo o sentido de confusão em que muitas vezes vive a juventude contemporânea. Não raro, as palavras humanas são desprovidas de futuro e de perspectiva, despojadas também de sentido e de sabedoria. [...] E no entanto, esta pode ser a hora de Deus”.

“Para ser críveis e entrar em sintonia com os jovens é preciso privilegiar o caminho da escuta, do saber perder tempo em acolher as suas perguntas e seus desejos.” 

“A prioridade do anúncio vocacional não é a eficiência do que fazemos, mas atenção privilegiada à vigilância e ao discernimento. É ter um olhar capaz de ver o lado positivo nos eventos humanos e espirituais que encontramos”, sublinha o Francisco. 

Cultura vocacional

Segundo o Papa, “hoje é necessária uma Pastoral Vocacional de horizontes amplos e com o espírito de comunhão, capaz de ler com coragem a realidade assim como ela é, com suas fadigas e resistências, reconhecendo os sinais de generosidade e beleza do coração humano. É preciso levar novamente para dentro das comunidades cristãs uma nova cultura vocacional”. 

“Não se cansem de repetir: ‘eu sou uma missão’ e não simplesmente ‘tenho uma missão’. Estar em estado permanente de missão requer coragem, audácia, fantasia e desejo de ir além.”

“Sintamo-nos impelidos pelo Espírito Santo a encontrar, com coragem, novos caminhos de anúncio do Evangelho da vocação, para ser homens e mulheres que, como sentinelas, sabem capturar os raios de luz de um novo amanhecer, numa experiência renovada de fé e paixão pela Igreja e pelo Reino de Deus.” 

(MJ)