Uma votação pelo bem das crianças e adolescentes

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<p>Oito candidatos em prol &nbsp;da criança e do adolescente.</p>
Publicado em: 04/03/2015 - 15:45
Créditos: Jornal O SÃO PAULO – Edição 3041

Por Nayá Fernandes

Era hora do intervalo no Colégio Arquidiocesano de São Paulo, na Vila Mariana, quando a reportagem conversou com Andréia Souza, Solange Sampaio, Sueli Camargo e Wilsilene Cabral Chaves sobre a candidatura delas e de mais quatro candidatos para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo (CMDCA). Eles se reuniram num encontro que aconteceu em 24 de fevereiro, quando falaram sobre as eleições dos conselheiros que acontecerá no domingo, 15.

Os oito candidatos (veja no box ao lado) indicados para participar do Conselho, que trabalharão sem nenhuma remuneração, estão envolvidos com coletivos e instituições que lidam diretamente com a defesa e promoção de iniciativas para o bem estar e melhor desenvolvimento das crianças e adolescentes no município de São Paulo.

O apoio da Arquidiocese de São Paulo à candidatura de membros das pastorais e pessoas que têm uma trajetória de engajamento social demonstra também uma ação concreta da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”.

Criado para propor, deliberar e acompanhar as políticas públicas em prol das crianças e adolescentes do município, o CMDCA é composto por 32 membros, sendo 16 representantes da sociedade civil. O Conselho também auxilia na seleção de projetos que poderão ser beneficiados com os fundos públicos disponíveis para as crianças e adolescentes e atua junto aos conselheiros tutelares das regiões e dos municípios.

Uma das candidatas, Sueli Camargo, advogada da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo e membro da coordenação das Pastorais Sociais da CNBB, foi uma das organizadoras do evento no Arquidiocesano e ressaltou a importância deste momento. “Estamos vivendo um processo muito importante hoje. Sei que não começamos agora, mas essa fase é essencial para dar continuidade ao trabalho junto às crianças e adolescentes realizado até aqui”, afirmou.

Sueli, na Pastoral do Menor desde 1989, atua também na organização do evento “Natal dos Sonhos”, que acontece anualmente na Arquidiocese, acompanha as iniciativas da Pastoral junto à Fundação Casa e está sempre presente na defesa das crianças e adolescente na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo, cada vez que, nas discussões, está em pauta o presente e o futuro do País, ou seja, as crianças e adolescentes.

Para ampliar e fortalecer

Para Andréia, que mora na zona leste e faz parte do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, essa é eleição de uma quarta gestão, em cenários muito diferentes. “No Conselho há sempre o fortalecimento das políticas para crianças e adolescentes. Nesse processo de amadurecimento, de representar a sociedade civil, há também um outro cenário que é o dos conselhos tutelares da cidade de São Paulo, que precisam ser fortalecidos e ampliados”, insistiu.

Ela é da época das discussões para a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e acompanha a CMDCA desde 1992. Porém, este será o primeiro pleito de Solange Cristina Sampaio como conselheira. A candidata reafirmou que uma das funções importantes é o fortalecimento do conselho tutelar nas regiões e no município. “Esperamos que, na nossa gestão, consigamos fazer um processo de formação continuada.”

Outra candidata que compõe a chapa é Iracema Araújo, atualmente coordenadora do Núcleo de Apoio e Prevenção a dependentes de álcool e drogas. Ela já foi presidente do CMDCA. Mas nesse time não estão somente mulheres: Valdir Gugiel, Geraldo Heliópolis e o mais novo dos oito candidatos, Carlos Júnior, 21, também foram indicados para o Conselho.

Élida Miranda, membro do Grupo de Trabalho Jovem do Unaids, pedagoga que atua com os temas “violência e juventude negra”, “direitos sexuais e reprodutivos” e AIDS, foi convidada a falar durante o evento que reuniu os oito candidatos no Colégio Arquidiocesano.

Ao recordar a luta dos movimentos sociais nos anos 1970 a 1990, Élida ressaltou que o cenário atual “exige da nossa parte uma ação incisiva. Temos uma bancada que está colocando na mídia constantemente as questões da pena de morte e da redução da maioridade penal. É um cenário político que exige muita atenção”. Ela falou, também, sobre a necessidade de pensar em uma política de proteção para defensores da infância.