Somos Igreja, ‘Povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo’!

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Qual o nosso testemunho de comunhão e de unidade?
Publicado em: 23/03/2018 - 11:00
Créditos: Redação
Núcleo de Mídias da Arquidiocese de São Paulo

O caminho sinodal, assumido por todos nós na Arquidiocese de São Paulo (cf. 12º Plano de Pastoral, n. 79,12), implica uma maturação da nossa consciência sobre a “a Igreja de Cristo no seu essencial” e, assim, “não abandonemos o primeiro amor” (cf. Ap 2,4) que nos atraiu ao “Rebanho do Senhor”, a fim de que sejamos seus discípulos e missionários onde quer que estejamos. 

É momento de graça divina, de escuta e reflexão, que nos chama a estar atentos à Palavra de Deus e aos ensinamentos da Igreja, para tudo colocarmos em prática no dia a dia da nossa vida cristã. 

O Concílio do Vaticano II, na sua Constituição Dogmática Lumen Gentium – “Luz das Nações” - desperta-nos para o “essencial” de sermos Igreja, aqui na cidade e no mundo afora.

O primeiro ensinamento da Lumen Gentium é que a vida de comunidade é essencial para a Igreja e tem como fundamento a vida do próprio Deus Trindade, que é a perfeita comunidade de amor. A Igreja origina-se da Santíssima Trindade e é chamada a viver concretamente, de alguma forma, o amor e a comunhão trinitária. 

A Santíssima Trindade não é uma comunidade fechada. Ela sai de si mesma para comunicar o seu amor a todos nós, a fim de que participemos da sua vida de comunhão. O Pai envia seu Filho, para manifestar seu amor até a morte de cruz. O Pai e o Filho enviam o Espírito Santo, para nos fortalecer no amor e testemunhá-lo sem medidas. 

Viver a comunhão na unidade do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo é o sentido primeiro de ser Igreja de Cristo e nos inflama a comunicar esse amor, em missão, sobretudo, por meio da caridade pastoral a todos os que mais necessitam. 

A Lumem Gentium , do Concílio do Vaticano II, faz-nos chegar a uma conclusão concreta: a comunidade que não tiver como base ou fundamento a Santíssima Trindade dificilmente viverá o sentido do que é, de fato, uma comunidade eclesial. 

E qual é esse sentido?

É o de viver como irmãos sempre unidos no amor de Deus, manifestado por Jesus, que nos diz: “Um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos”! (Mt 23,8) e “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”! (Jo 13,5).

No caminho sinodal, na sua etapa paroquial, à luz da Lumen Gentium , perguntemos: nossa paróquia está sendo reflexo da Santíssima Trindade no lugar em que está?  Qual o nosso testemunho de comunhão e de unidade? Que divisões precisamos superar? 

Que o Espírito Santo nos anime a “caminhar sempre unidos num só coração e, com imensa alegria, o Evangelho de Jesus anunciar”! 

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano