‘Que o Espirito Santo seja luz, coragem e sabedoria em nossos caminhos’

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Afirmou o Cardeal Scherer, na missa da Solenidade de Pentecostes com os crismandos da Arquidiocese
Publicado em: 31/05/2023 - 12:45
Créditos: Redação

Na tarde do domingo, 28, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa da Solenidade de Pentecostes, na Catedral da Sé. Como já é tradição na Arquidiocese de São Paulo, nessa celebração reunem-se os adolescentes e jovens que se preparam nas paróquias e comunidades para receber os sacramento da Confirmação (Crisma).

A Eucaristia foi concelebrada por alguns bispos auxiliares, entre os quais Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para o Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (Sejusp).

No início da celebração, foram entronizadas as réplicas da Cruz peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no mês de agosto, em Lisboa, Portugal, com a presença confirmada do Papa Francisco. Desde fevereiro, esses símbolos estão percorrendo as regiões episcopais da Arquidiocese como preparação para o evento internacional.

Na homilia, Dom Odilo explicou que a celebração de Pentecostes com os crismandos tem o objetivo de proporcionar aos adolescentes e jovens a oportunidade de conhecerem a Catedral da Sé e terem um contato mais próximo com o Arcebispo, além de se entrosarem entre si, conhecendo jovens de outras paróquias que estão na mesma caminhada, para, assim, ter uma percepção mais ampla da Igreja.
 

ESPÍRITO DA UNIDADE

Em seguida, o Arcebispo meditou sobre a presença do Espírito Santo na Igreja e na vida de cada cristão. “Graças à ação do Espírito Santo, a Palavra de Deus é espalhada, anunciada e acolhida. É esse o mesmo Espírito Santo que concede a todos compreender a Palavra em sua própria língua, cultura e no testemunho de fé”, explicou.

Dom Odilo também comentou a segunda leitura da missa, na qual São Paulo exorta os Coríntios à unidade, como membros do corpo de Cristo. “É o Espírito Santo que nos dá a capacidade de vivermos unidos, embora sejamos tão diferentes um dos outros, mas a nossa fé é a mesma”, afirmou, acrescentando: “Na Igreja, devemos buscar a união, nunca a divisão. E se há alguma discórdia, existe o momento da reconciliação. Não podemos introduzir divisões no corpo de Cristo”.
 

MESTRE, DEFENSOR E AMIGO

Ainda sobre a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Dom Odilo explicou aos crismandos que o Espirito Santo é o “mestre espiritual” prometido por Jesus, que disse aos discípulos: “Ele vos ensinará todas as coisas”.

“Jesus também prometeu o Espirito Santo para ser o nosso Divino Defensor, Advogado. Na vida, temos muitas batalhas a enfrentar e o Espirito Santo está sempre conosco para nos ajudar nos momentos da tentação, quando estamos em dificuldade, sobretudo na iminência de abandonar a fé”, continuou o Arcebispo.

Por fim, o Cardeal destacou que o Espírito Santo é o Divino Amigo que sempre acompanha os cristãos. “Que bom saber que o Espírito Santo está sempre conosco, não nos abandona. Rezem a Ele, confiem Nele. Ele está com vocês em todos os momentos para conduzir e orientar”, completou Dom Odilo, recomendando aos jovens que recitem diariamente a oração ao Espírito Santo, invocando sua presença e auxílio para as tarefas cotidianas. “Que o Espirito Santo seja luz, coragem e sabedoria em nossos caminhos”, concluiu.
 

JMJ

Conhecida como a “Cruz do Ano Santo”, a “Cruz do Jubileu”, a “Cruz da JMJ”, a “Cruz Peregrina” ou “Cruz dos jovens”, o símbolo original, confeccionado em madeira e medindo 3,8 metros, foi presenteado por São João Paulo II em 1984, na conclusão do Ano Santo da Redenção, em que se celebrava os 1.950 anos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Na ocasião, o Pontífice criador da JMJ exortou: “Caríssimos jovens, ao término do Ano Santo, confio-vos o mesmo sinal do Ano Jubilar: a ‘Cruz de Cristo’! Levai-a ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção”.

Em 2003, o mesmo Papa confiou aos jovens a imagem de Nossa Senhora Salus Populi Romani (em português “Protetora do Povo Romano”), pintada em estilo bizantino, réplica do histórico ícone venerado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Desde então, esses símbolos peregrinam pelos países-sede das JMJs. Este ano, portanto, a peregrinação acontece nas dioceses portuguesas e em alguns países lusófonos.

Referindo-se a esses símbolos, o Cardeal motivou os jovens a participarem do encontro internacional da juventude com o Papa Francisco e, aos que não puderem participar presencialmente, convidou-os a se unirem espiritualmente ao evento em suas paróquias e grupos. “O Papa quer se encontrar de alguma forma com os jovens do mundo todo, seja lá, em Portugal. seja por meio das mídias”, completou.
 

ANO VOCACIONAL

Antes de concluir a celebração, Dom Odilo convidou a todos a fazerem a oração do 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil.

O Arcebispo motivou os adolescentes e jovens a refletirem sobre o chamado de Deus para suas vidas para as mais variadas missões, com destaque para as vocações matrimonial e de especial consagração, como o sacerdócio e a vida religiosa.

“São vocações bonitas e importantes, que não podem faltar na Igreja, para continuar a realizar a sua missão evangelizadora. Hoje, lanço a vocês este pensamento: ‘Será que Deus não os chama para alguma vocação de especial consagração?’”, indagou.

Após a bênção final, houve o rito no qual o Círio Pascal foi apagado, marcando o fim do tempo litúrgico da Páscoa. “O Círio Pascal lembra Jesus Cristo ressuscitado e presente no meio de nós. O Círio é apagado, e somos nós que agora devemos ser a luz, pois Cristo quer continuar a ser luz, a iluminar o mundo”, destacou Dom Odilo.