Papa recorda as três palavras-chave para a paz na família

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Falando sobre o cotidiano familiar, Francisco recordou as palavras "Com licença, obrigado e desculpas", que, quando não usadas, levam as famílias a "desmoronar"
Publicado em: 13/05/2015 - 09:45
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

“Com licença, obrigado e desculpas”.  Estas foram as palavras-chave da catequese proferida pelo Papa Francisco nesta quarta-feira, 13, na audiência geral na praça de São Pedro. Segundo explicou, suas reflexões semanais terão como suporte, a partir de agora, a vida real, cotidiana das famílias, em cuja porta, elas devem estar escritas.

Prosseguindo suas reflexões preparatórias para o Sínodo de outubro próximo, o Pontífice voltou sobre a questão da ‘boa educação’, lembrando que aquelas três palavras, que já citou outras vezes no passado, são simples, mas ao mesmo tempo difíceis de colocar na prática. E quando não são usadas, podem-se abrir ‘rachaduras’ que levam as famílias a ‘desmoronar’.

Mas o hábito de ser “bem educado” não pode se traduzir apenas em formalismo, em aridez – ressalvou Francisco, lembrando o provérbio “Por trás das boas maneiras escondem-se maus hábitos” e citando “o diabo, que quando tentou Jesus, parecia um cavalheiro”.

A boa educação deve ser entendida nos seus termos autênticos: o estilo das relações deve ser profundamente radicado no amor do bem e no respeito do outro. A família vive da ‘fineza’ de se querer bem.

Três palavras

O Papa começou pela palavra ‘licença’, explicando que “entrar na vida do outro, mesmo que faça parte da nossa, requer a delicadeza de um comportamento não invasor.

“A intimidade não autoriza a dar tudo por certo. Quanto mais íntimo e profundo o amor, mais exige respeito da liberdade e a capacidade de aguardar que o outro abra as portas de seu coração”.

A segunda palavra, ‘obrigado’, nos lembra que na nossa civilização atual, a gentileza e a capacidade de agradecer são vistas às vezes como um sinal de fraqueza.

“Sejamos intransigentes na educação à gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui. Se a vida familiar subestima este estilo, a vida social também o perderá. A gratidão, para quem crê, está no coração da fé: um cristão que não sabe agradecer é alguém que esqueceu a linguagem de Deus”, repetiu duas vezes.

 Improvisando, o Papa revelou ter conhecido uma senhora de muita ‘sabedoria’, que dizia que “a gratidão é uma planta que cresce somente na terra de pessoas de alma nobre”.

Enfim, o termo ‘desculpas’, palavra difícil, mas muito necessária, afirmou o Papa, mencionando a oração do Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

“Se não formos capazes de pedir desculpas, não seremos capazes de perdoar. Nas casas aonde não se pede desculpas, falta ar e feridas começam a se abrir. Também na vida de casal briga-se muitas vezes, mas o conselho do Papa é sempre o mesmo: nunca terminar o dia sem fazer as pazes, e para isso, é suficiente um pequeno gesto... Pode ser até um carinho, sem palavras...”.

Concluindo, Francisco reiterou que “estas três palavras são tão simples que até podem nos fazer sorrir... Mas quando as esquecemos, não é muito engraçado”. 

 “Que o Senhor nos ajude a colocá-las no lugar certo, no nosso coração, em nossas casas e também na convivência civil”, completou, convidando a Praça a repetir com ele as três palavras-chave e a invocação de fazer as pazes com a família antes de ir dormir.

Nossa Senhora de Fátima

Durante a audiência geral de quarta-feira, 13 de maio, o Papa pediu ao leitor português presente na Praça que rezasse em voz alta uma Ave Maria em nossa língua, lembrando o dia em que a Igreja recorda Nossa Senhora de Fátima.

 “Peço a meu irmão português, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, que reze com todos em português”, disse Francisco.

Assista ao vídeo da catequese desta quarta-feira