No caminho sinodal, o Espírito Santo nos conduz e indica seus passos

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Para não cairmos na tentação de desiar o caminho do sínodo, é preciso estar em oração e sob a luz do Espirito
Publicado em: 16/03/2018 - 10:45
Créditos: Redação

Núcleo de Mídias da Arquidiocese de São Paulo

Um caminho feito juntos tem seu ponto de partida, outros de parada, descanso, avaliação, retomada de forças para prossegui-lo, para que se chegue ao lugar que se pretende, com alegria e celebrações.

No “caminhar”, surgem tentações: a de pegar atalhos; a de realizar o trajeto apressadamente e logo chegar ao lugar desejado; a da desagregação, pois uns caminham mais rapidamente e outros não; a do egoísmo; a do aforismo; a da impaciência; a do desânimo; a do pessimismo; ou, ainda, a de realizar a caminhada de forma indiferente, caminhar por caminhar. Quando caímos nessas tentações, perdemos o “sentido” do caminho: sua beleza, seus desafios, suas superações, a maravilha de “estar juntos” e “juntos” chegar ao lugar que pretendemos.

O caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo não estará isento dessas tentações, mas bem sabemos que é o Espírito Santo que nos impulsiona a percorrer esse caminho e, por isso, Ele nos conduz, indicando seus passos. Ele nos anima a realizar esse caminho, para que nos configuremos cada vez mais aos sentimentos de Jesus, a fim de que vivamos e anunciemos o Evangelho da Verdade como ardorosos “discípulos-missionários” do próprio Cristo.

Daí a necessidade de, sob a ação do Espírito Santo, bem compreender e aplicar a “metodologia do sínodo”. A palavra “método” provém do grego e significa “caminho” para se chegar a um fim e implica o “conjunto de passos seguidos para alcançar esse objetivo”. Isto não significa “engessar” o nosso “caminhar sinodal”, pelo contrário, significa, sim, que estamos atentos àquilo que o Espírito Santo tem a nos dizer no atual momento e buscamos evitar as tentações próprias de um “caminho” feito juntos.

O primeiro passo do nosso “caminhar sinodal” é a paróquia e nela se deve envolver a todos, realizando os “encontros” elaborados pela Comissão Geral do sínodo arquidiocesano. O primeiro encontro, já neste mês de março, tem como tema “Paróquia, comunidade de comunidades, imagem visível da Igreja de Cristo”, e o texto que nos interpela é o dos Atos dos Apóstolos (2, 42-47): o relato do testemunho dos primeiros cristãos, que trilhavam o caminho na fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo.

E o Espírito nos pergunta: O que faziam os primeiros cristãos? E a nossa paróquia também o faz? Ela ainda não faz o bastante e precisa fazer mais? O que temos a sugerir?

Tudo respondamos com docilidade e sinceridade e saibamos que, como Igreja, encontramos “força no poder do Senhor ressuscitado, para vencer, na paciência e na caridade, as próprias aflições e dificuldades, internas e externas, e para revelar ao mundo, com fidelidade, embora entre sombras, o mistério de Cristo, até que por fim Ele se manifeste em luz total” ( Lumen Gentium , 8.d).

“Vem dar-nos, ó Senhor, fervor de missionários. Envia teu Espírito e nos mostra o caminho!”

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é
Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano