Missa no Vaticano marca centenário do martírio armênio

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“As chagas de Jesus são chagas de misericórdia”
Publicado em: 13/04/2015 - 11:15
Créditos: Redação

“As chagas de Jesus são chagas de misericórdia”. O Papa Francisco dedicou a  homilia da Missa deste II Domingo de Páscoa à misericórdia divina, cuja festa celebrada hoje foi instituída por João Paulo II.  Durante a celebração, que também recordou o centenário do martírio armênio, Gregório de Narek foi proclamado Doutor da Igreja.

Após a ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos mostrando as suas chagas, para que acreditassem não tratar-se de uma visão. “Hoje – disse o Papa – o Senhor mostra também a nós, através do Evangelho, as suas chagas. São chagas de misericórdia. É verdade! As chagas de Jesus são chagas de misericórdia”. E “Jesus convida-nos a contemplar estas chagas, convida-nos a tocá-las – como fez com Tomé – a fim de curar a nossa incredulidade. Convida-nos sobretudo a entrar no mistério destas chagas, que é o mistério do seu amor misericordioso”:

“Através delas, como por uma brecha luminosa, podemos ver todo o mistério de Cristo e de Deus: a sua Paixão, a sua vida terrena – cheia de compaixão pelos pequeninos e os doentes – a sua encarnação no ventre de Maria. E podemos remontar a toda a história da salvação: as profecias – especialmente as do Servo de Yahweh –, os Salmos, a Lei e a aliança, até à libertação do Egito, à primeira Páscoa e ao sangue dos cordeiros imolados; e remontar ainda aos Patriarcas até Abraão e, mais além na noite dos tempos, até a Abel e ao seu sangue que clama da terra. Tudo isto podemos”.

O Papa observou, que ficamos esmagados diante dos acontecimentos trágicos da história humana, e perguntamo-nos: “Porquê?”:

“A maldade humana pode abrir no mundo como que fossos, grandes vazios: vazios de amor, vazios de bondade, vazios de vida. E surge-nos então a pergunta: Como podemos preencher estes fossos? A nós, é impossível; só Deus pode preencher estes vazios que o mal abre nos nossos corações e na nossa história. É Jesus, feito homem e morto na cruz, que preenche o abismo do pecado com o abismo da sua misericórdia”.

“Jesus Crucificado e Ressuscitado, e de modo particular “as suas chagas cheias de misericórdia” – afirmou o Papa – são “o caminho que Deus nos abriu para sairmos da escravidão do mal e da morte e entrarmos na terra da vida e da paz”.
“Os Santos – prosseguiu Francisco -  ensinam-nos que se muda o mundo a partir da conversão do próprio coração”:

“E isto acontece graças à misericórdia de Deus. Por isso, quer perante os meus pecados, quer diante das grandes tragédias do mundo, «a consciência sentir-se-á turvada, mas não será abalada, porque me lembrarei das feridas do Senhor”.

Com o olhar voltado para as chagas de Jesus Ressuscitado e com as expressões “O seu amor dura para sempre” e “a sua misericórdia é eterna” gravadas no nosso coração, o Papa Francisco convidou para que que caminhemos pelas estradas da história, “com a mão na mão de nosso Senhor e Salvador, nossa vida e nossa esperança”.

Clique aqui para ler a homilia na íntegra e a mensagem aos armênios.

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