Esperamos que o Sínodo de “nova valorização ao casamento e à família”

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Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo, concedeu entrevista ao Estadão sobre a realização do Sínodo da Família, inaugurado pelo Papa Francisco neste domingo (4/10)
Publicado em: 04/10/2015 - 16:30
Créditos: José Maria Mayrink (Estadão)

Qual é sua expectativa em relação aos frutos do Sínodo para a família, especialmente na sociedade brasileira e na cidade de São Paulo?

Dom Odilo – Os frutos devem aparecer com o passar do tempo; espera-se nova luz sobre a realidade do Matrimônio e a família, no ensinamento cristão e na prática da vida da Igreja; espera-se também que isso possa dar nova valorização ao casamento e à família.

O senhor acredita que se deva esperar grandes mudanças na moral para o relacionamento de casais e na educação dos filhos? Novas diretrizes, por exemplo, na questão da formação religiosa dos filhos?

Dom Odilo – Não estão previstas mudanças doutrinais no Sínodo. Mas é claro que serão dadas orientações para que o ensinamento moral da Igreja possa ser acolhido hoje, nas atuais situações e desafios da família. O Papa dará tais orientações no documento que ele fará, depois do Sínodo, chamado Exortação Apostólica pós-sinodal.

Os meios de comunicação têm salientado a possibilidade de mudanças com relação aos casais de segunda união, particularmente o acesso dos sacramentos. O motu proprio do papa Francisco sobre essa questão é resposta final ou aponta para novas discussões no Sínodo nessa área?

Dom Odilo – O Motu próprio do Papa trata das mudanças do Direito Canônico em relação aos processos de nulidade matrimonial. O Sínodo refletirá sobre a ajuda aos casais em segunda união para que eles continuem a participar da vida da Igreja, mesmo dos Sacramentos da confissão e da comunhão.

A Igreja do Brasil poderá levar alguma novidade à pauta do Instrumentum Laboris da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo? Como a Arquidiocese de São Paulo trabalhou para apresentar sugestões?

Dom Odilo – Todos os participantes da assembleia do Sínodo levarão a sua contribuição. Em nome da Conferência dos Bispos e também em nome pessoal.  O Arcebispo de São Paulo pediu sugestões aos Bispos da Província eclesiástica de São Paulo, ao clero de São Paulo, no Conselho de Presbíteros, participou de reuniões na CNBB, com os outros participantes  brasileiros no Sínodo, para preparar sua intervenção no Sínodo.