Em missa na Catedral da Sé, 3º Ano Vocacional do Brasil é aberto na Arquidiocese

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‘Vocação: graça e missão’ é o tema do ano que será celebrado até 26 de novembro de 2023, com o lema ‘Corações ardentes, pés a caminho’
Publicado em: 22/11/2022 - 15:30
Créditos: Redação

Inspirado no documento do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, de 2018, e levando em conta os apelos do Papa Francisco na exortação apostólica Christus vivit, de 2019, teve início no domingo, 20, o 3º Ano Vocacional do Brasil.

Na Arquidiocese de São Paulo, Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Referencial da Pastoral Vocacional, presidiu a missa de abertura na Catedral Metropolitana, com a presença de sacerdotes, seminaristas, religiosos(as), leigos(as) consagrados e vocacionados à vida consagrada.

A 1ª edição do Ano Vocacional ocorreu em 1983, e, a 2ª edição, em 2003. A proposta é que cada batizado redescubra seu caminho vocacional e possa discernir e aderir a vocação como um dom de Deus, seja no sacerdócio, na vida religiosa, como leigo consagrado ou na vocação familiar.

‘VOCAÇÃO: GRAÇA E MISSÃO’

O objetivo deste 3º Ano Vocacional, conforme recordou Dom Ângelo na homilia, “é promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que possam ser ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como verdadeiro dom e graça, na missão, a serviço do Reino de Deus”, afirmou.

Dom Ângelo enfatizou que o Ano Vocacional “nos pede para valorizar e promover ainda mais a vocação familiar, a vida consagrada, nas suas diferentes formas, e o ministério ordenado”. Ele reafirmou que o chamado de Deus requer uma experiência pessoal profunda com Jesus Cristo: “O chamado exige que deixemos nosso coração arder na escuta e na vivência da Palavra de Deus, para, então, colocar-se a caminho com fé e fidelidade”.

O Bispo recordou que o Ano Vocacional tem um chamado em duas dimensões. “A primeira é a de revitalizar a vocação de todos os cristãos leigos, dos ministros ordenados e dos consagrados. É um convite a renovar a vocação como um dom, uma graça pessoal, familiar e comunitária. A segunda é reforçar a animação vocacional na ação evangelizadora da Igreja do Brasil. Pois, a presença da Igreja no mundo é vocacional”, destacou, elucidando a necessidade de intensificar a prática da oração pelas vocações nas paróquias e comunidades religiosas.
 

COMPROMISSOS

O Bispo Auxiliar reforçou três compromissos que são os norteadores para as equipes de Pastoral Vocacional na Arquidiocese: 

Oração: rezar pelas vocações. Cada batizado, as comunidades eclesiais, os sacerdotes, os consagrados são convidados a rezar pela sua própria vocação e pedindo ao Senhor da messe que envie novas vocações. “Somos testemunhas do chamado de Deus para nossas vidas e na oração renovamos nosso chamado e pedimos por novas e santas vocações.”
Divulgar o Ano Vocacional: cada cristão é protagonista da sua própria vocação. “É nossa missão divulgar essa importante iniciativa da Igreja, nas celebrações, nos encontros pastorais, na catequese, no ambiente de trabalho, nas redes sociais.”
Viver a própria vocação e pelo testemunho chamar outras pessoas para a missão:  “A alegria e a fidelidade de cada sacerdote, consagrado, pai e mãe de família deve impulsionar novos vocacionados para o seguimento de Cristo. Como diz o Evangelho ‘a messe é grande e poucos são os operários’ (Lc 10,1-9)”. Nesse sentido, o Bispo convocou a todos a serem propagadores deste Ano Vocacional.

MISSÃO DOS BATIZADOS

Padre José Carlos dos Anjos, 58, é o Animador Vocacional na Arquidiocese e destacou que o Ano Vocacional é um tempo de oração e ação. “É uma oportunidade para se refletir sobre a própria vocação e intensificar a oração pelas vocações”, disse, ressaltando que tem visitado paróquias e comunidades com a missão de despertar novas vocações para a Igreja.

“A vocação é dom e graça de Deus, pessoal, intransferível e gratuito. É uma experiência pessoal com Cristo, um compromisso e missão de todo batizado, que adere ao seguimento de Cristo a partir do encontro profundo que impulsiona para anunciar o Reino e compartilhar os dons e talentos recebidos com os irmãos, seja no sacerdócio, nos conventos e na família”, afirmou ao O SÃO PAULO. 

Entre as atividades arquidiocesanas para o Ano Vocacional, o animador vocacional destacou a realização de um simpósio (com data e local a ser definido), a oração do Terço e da oração pelas vocações nas missas, na catequese, entre outras atividades que estão sendo programadas.
 

ALÉM-FRONTEIRAS

Yasmina Machado, 23, é da Argentina. Está no Brasil para a etapa do Noviciado na Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas de Dom Bosco). À reportagem ela contou que o despertar vocacional se deu pela oração e na atuação no grupo de jovens de sua paróquia.

“Na oração, senti que Deus me chamava para algo maior. Quando encontrei o carisma das Irmãs Salesianas, tive a confirmação de que Deus me chama para consagrar minha vida a Deus e aos irmãos”, disse.

A noviça comentou que a vocação religiosa é um “grande dom para a Igreja e uma grande graça para o mundo. Pelo testemunho de homens e mulheres consagrados a Deus, somos enviados para anunciar o Evangelho, além-fronteiras”. 

SERVIR POR AMOR

Aparecida Guadalupe Cafaro, 67, é leiga engajada na Pastoral Vocacional na Catedral Metropolitana da Sé. “Todos os dias, rezo pelas vocações sacerdotais, religiosas e leigas”, disse, enfatizando que a oração é o pilar fundamental para o seguimento a Jesus Cristo. 

“A oração é a base e o sustento de cada vocacionado e vocacionada. É impossível se manter fiel no seguimento sem o sustento da oração, é como um carro querer andar sem gasolina. Deixar de rezar é se esvaziar da essência do chamado”, afirmou.

A leiga mencionou que atuar na Pastoral Vocacional é um serviço de amor que requer perseverança e abertura ao Dom de Deus. “Muitos jovens hoje não conhecem a riqueza e a diversidade de carismas na Igreja e sou feliz em contribuir nessa propagação”, disse, mencionando, ainda, que acompanha o itinerário de seminaristas e vocacionados com carinho e muita oração.

Irmã Marina Januária Fernandes, 40, é religiosa das Irmãs Franciscanas Angelinas. Para a freira, o Ano Vocacional vem com a proposta de reavivar a própria vocação e, também, propor aos jovens a consagração como um estilo de vida real e possível.

“É preciso se colocar a caminho e viver a própria vocação, é preciso reavivar o dom de Deus em nós e na Igreja,  o que possibilita o despertar de novos membros para as congregações, para os seminários, sem se esquecer da vocação matrimonial”, concluiu, lembrando que a missão da sua congregação é a educação e a atuação pastoral nas paróquias junto aos jovens e doentes.